Como agradecer o caminho dos sonhos que se estende sobre o tempo? Como conjurar a vida mesma que dá forma às experiências, ao texto e às condições para que ambos fossem possíveis? Pisco uma e outra vez, olhando longe. Penso sobre como começar a agradecer. Pela janela, uma São Paulo noturna, escura, e ainda assim, tão cheia de luzes, me devolve a imagem de um abraço. Começar com um abraço que já foi. Meu avô: foi ele quem me fez entender os desafios das minhas escolhas e a grandeza da tarefa. Também ele me mostrou a importância de não esquecer quem somos, de onde viemos, e a batalha de muitos para que o hoje fosse possível. Como me disse Tranca Rua, "você não sabe quem você é, mas eu sei de onde você vem." Então, começo esses agradecimentos invocando o carinho e o caminho paciente daquele que foi meu maior incentivador, Seu Gustavo da Costa, para que meu pensamento se expanda pelo mundo e o encontre, onde estiver, com os braços abertos, reconhecendo nele, em seu trabalho e respiro, o começo do que aqui vamos terminando. Obrigado, vô. Esta tese é o resultado da generosidade de muitos e do trânsito por muitos lugares. Agradeço, com muita admiração e afeto, o acompanhamento e a amizade da Vanessa Lea e do Pedro Cesarino, que foram meus faróis ao longo desses anos todos, sempre dispostos a me escutar e a me alentar apesar das minhas próprias implicâncias e ansiedades. Sem eles, este texto não teria sido concluído. Agradeço também a entrega daqueles que dedicaram seu tempo e sua energia para nos ensinar, a mim e a outras colegas, a linda tarefa de pensar com a antropologia, especialmente a Marina Vanzolini, o Antonio Guerreiro, o Renato Sztutman, a Nicole Soares Pinto, a Joana Cabral de Oliveira e a Marta Amoroso. Agradeço às minhas amigas queridas por todo o diálogo que sustentou minha criatividade e minha vontade de continuar trabalhando mesmo durante os duros anos em que o Covid-19 nos separou.