Utilizando conceitos das teorias de cotidiano e de midiatização, trabalharemos no artigo com autores como Agnes Heller (suspensão do cotidiano), Michel de Certeau (tática e estratégia), Patrícia Saldanha (midiatização latina), Jairo Ferreira (midiatização como construção social e desconstrução do real) e Jesús Martín-Barbero (mediação) para dialogar com a mediatização trazida por Paulo Freire e a midiatização da qual fala Muniz Sodré. O objetivo é colocar essas teorias em diálogo com a prática da comunicação pública no Brasil. Traremos como exemplo as táticas de resistência dos trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em conjunto com a sociedade civil, para manter a comunicação pública ativa, mesmo sob forte censura e vigilância durante os governos Michel Temer e Jair Bolsonaro. Como exemplo prático, será feita uma análise amostral da pauta indígena na Agência Brasil, com a cobertura dos Jogos Mundiais Indígenas de 2015, o apagamento nos anos subsequentes e a cobertura da crise humanitária Yanomami em Roraima no começo de 2023. Ambas coberturas de relevância que demonstram a importância da comunicação pública para contrapor discursos hegemônicos de apagamento cultural vivido pelos povos indígenas