A construção e as evidências de validade de instrumentos de medida para avaliar o clima escolar

Abstract

No percurso de quatro anos de estudos e dedicação, muitos foram os que estiveram comigo, incentivando e colaborando, direta ou indiretamente e contribuíram grandemente para a realização deste trabalho. Agradeço a todos que partilharam momentos essenciais dessa trajetória. À Fundação Carlos Chagas, pelo incentivo e suporte, os quais culminaram para a consecução desta pesquisa.Às minhas orientadoras, meu respeito, gratidão e admiração. Profa. Telma Pileggi Vinha, que de forma serena e respeitosa sempre incentivou aos desafios da reflexão teórica e conduziu suas orientações de maneira efetiva e tranquila transmitindo segurança no percurso dos estudos. Profa. Alessandra de Moraes, por sua valiosa presença nos diferentes momentos deste processo, pela leitura atenta, questionadora e pelos ricos momentos de discussões e reflexões.

Instrumentos de avaliação do clima escolar adaptados aos anos iniciais do Ensino Fundamental: evidências de validação

“…No Brasil, ainda são recentes as discussões acerca da temática. Autores e autoras como Moro (2018), Wrege (2017) e Castellini (2019), ao fazerem um levantamento histórico, indicam que foi na década de 1970 que as investigações sobre o clima começaram a ganhar destaque no país.…”

“…Isso indica uma expansão do interesse e das pesquisas sobre o tema no Brasil. Serão evidenciados os objetivos e as conclusões de duas dessas pesquisas por se relacionarem diretamente com os objetivos deste trabalho, a de Moro (2018) e a de Castellini (2019).…”

“…Essa subjetividade inerente ao conceito de clima escolar implica a complexidade da sua definição. Cohen et al (2009), Zulig et al (2010), Wrege (2017) e Moro (2018) concordam que não há na literatura internacional a definição de um conceito único para o clima, uma vez que "profissionais e pesquisadores usam uma variedade de termos, tais como atmosfera, sentimentos, tom, configuração, ou meio social da escola" (COHEN et al, 2009, p. 182, tradução nossa).…”

“…Essa correlação foi feita também nas escolas, na década de 1970, quando foi iniciado um movimento de associar os resultados da instituição com o tipo de clima. Houve também um período posterior, nos anos 1980, em que foi dado foco aos ambientes individuais de cada sala de aula, para depois ser pensada a escola como um todo (ZULIG et al, 2010;COHEN et al, 2009;WREGE, 2017;MORO, 2018).…”

“…Ainda segundo os autores supracitados, desde a década de 1990, as pesquisas realizadas sobre o assunto interligam o clima escolar positivo a fatores como aumento do desempenho escolar, diminuição da indisciplina, das situações de violência, de abandono e da rotatividade de professores (ZULIG et al, 2010;SCHUELER et al, 2014). Na atualidade, pesquisadores ao redor do mundo (COHEN et al, 2009;ZULIG et al, 2010, SCHUELER et al, 2014VINHA et al, 2016;MORO, 2018) têm se debruçado para compreender melhor o conceito e as dimensões que fazem parte do clima escolar. Cohen et al (2009) sugerem um conceito de clima escolar que se refere à qualidade da vida escolar, baseado em padrões dessa vivência e que pode ser refletido a partir dos objetivos, normas, relações interpessoais, valores, métodos de ensino e aprendizagem, e da estrutura organizativa das instituições.…”