A China na ordem ambiental internacional das mudanças climáticas

Abstract

resumo As mudanças climáticas são consideradas um dos grandes desafios globais do século XXI. A China, como ator global e principal emissor de gases de efeito estufa, é um país-chave na política climática internacional. Sua posição é fundamental para o desenho do acordo futuro que substituirá o Protocolo de Kyoto e que regulará a ação humana sobre o sistema climático terrestre, dando continuidade ao conjunto de decisões internacionais que formam a ordem ambiental internacional das mudanças climáticas. Atendo-se à defesa do princípio das "responsabilidades comuns, porém diferenciadas", a China vem construindo seu posicionamento como um dos protagonistas dessa ordem desde o seu início, com a assinatura da Convenção do Clima em 1992. Este artigo parte do argumento de que a postura chinesa nas negociações internacionais sobre mudanças climáticas, apesar de muito participativa e fundamental para o encaminhamento das decisões globais sobre o tema, é definida em termos do interesse desenvolvimentista do Estado chinês. Durante as negociações das Conferências analisadas, a China agiu como liderança do G77 e em defesa dos seus próprios interesses, buscando garantir as responsabilidades diferenciadas e a classificação da China como país em desenvolvimento, evitando comprometer seus objetivos domésticos de desenvolvimento econômico. A última Conferência do Clima, em Lima, 2014, manteve o princípio das responsabilidades diferenciadas reforçando o interesse chinês, ainda que tenha estabelecido que todos os países apresentem metas voluntárias de redução das emissões.

Relação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as Legislações Municipais de Ponta Grossa - PR

“…Mas a preocupação com o futuro do planeta não é só uma questão dos tempos atuais, pois a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou, entre os dias 05 e 16 de julho de 1972, a primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, capital da Suécia. Esse foi o primeiro evento global realizado com a participação de 113 países e que, hoje, também é conhecido como Conferência de Estocolmo (Ribeiro, 2001). Sabemos que esse marco contribuiu para vários avanços pelo mundo, "porém ainda há um longo percurso para alcançar a efetividade da preservação dos recursos naturais, do equilíbrio dos ecossistemas e da chamada sustentabilidade ambiental" (Japiassu; Guerra, 2017Guerra, , p.1885.…”

How and why European and Chinese pro-climate leadership may be challenged by their strategic economic interests in Brazil

“…2 They are two poles of power in what Keohane and Victor ( 2010 ) have described as the climate ‘complex of regimes’ ordered between (i) the flow of consensually integrated international legal spaces, institutions and cooperation schemes, and (ii) fragmented and multi-thematic unofficial arrangements. Both have played leading roles in the decision-making processes of climate agreements, although often in different positions and adopting contrasting trajectories: one, critical to a Western liberal international order, acting together with G-77 and not automatically adhering to commitments or procedures (Moreira and Ribeiro 2016 ); the other, consistently supporting a pro-climate agenda and actively addressing norms and responsibilities.…”

RenovaBio e o agrohidronegócio canavieiro em Goiás

“…Ou seja, defende a diminuição da emissão de gás carbônico principalmente pelos países centrais, porém não se considera um país central (MOREIRA; RIBEIRO, 2016). Moreira;Ribeiro (2016) acrescentam ainda que a China participa das negociações sobre as mudanças climáticas e busca fortalecer a cooperação com outros países para financiamento, transferência de tecnologia e construção de capacidade para a adaptação. Apesar de suas muitas semelhanças, há algumas diferenças entre o RenovaBio e tais projetos, como, por exemplo, a liberdade de escolha das unidades produtoras, isto é, as agroindústrias não serão obrigadas a participar dessa política, ou seja, a certificação será um processo voluntário.…”