Tem-se observado, nos últimos anos, um crescente interesse do poder público por avaliações externas no ciclo de alfabetização, tornando-as centrais no debate sobre a qualidade escolar nessa etapa de ensino. Contraditoriamente, essas ações têm influenciado pouco as tomadas de decisão no âmbito das escolas, frustrando, em parte, o que parece ser o interesse dos órgãos responsáveis pelas avaliações. Perante esse quadro, o presente artigo analisa algumas das possíveis razões que explicariam o fato de os resultados das avaliações do ciclo de alfabetização serem pouco utilizados para a melhoria escolar e discute as prováveis contribuições da autoavaliação institucional. Conclui que é preciso problematizar as avaliações externas tal como são realizadas, porque produzem de modo unilateral juízos acerca da qualidade das instituições, e, se as escolas não desenvolverem suas próprias avaliações, tornam-se reféns desses juízos.