“…[...] Se pensarmos na forma como lemos textos mais densos na tela de computadores comuns, com várias 'janelas' abertas em paralelo de modo a não perder nossos 'tempos de resposta' às demandas da pressa de outrem, parece que de fato esse 'recolhimento' é uma inviabilidade na vida contemporânea, na qual 'desconectar-se' implica, não raro, uma sensação de 'estar ficando à margem de' um tempo em mudanças velozes. (Cerutti-Rizzatti;Irigoite, 2015, p. 264-265) Evidentemente, faz-se explícita a rapidez com que se adequam os sujeitos às novidades que lhes surgem, o que, consolidada nossa preocupação para com a formação crítica e o futuro reflexivo do alunado, cai-nos de bandeja como uma problemática série de obstáculos para as quais precisamos construir inteligibilidades. Se buscamos enquanto docentes a emancipação dos sujeitos, cabe-nos um trabalho voltado à ausculta do outro, à inter-relação da outra palavra com a palavra outra (Ponzio, 2010), num constante tensionamento entre o conhecido e o que se dá a conhecer pelas práticas sociais de uso da linguagem, e isso constitui seguramente um dos pilares nodais da conduta docente, quer o trabalho se dê com apoio das diversas tecnologias, quer sua consolidação se efetive na ausência delas, mas sem perder de vista o foco requerido pelo compromisso político que temos, enquanto docentes de Língua Portuguesa, com a humanização dos sujeitos e com a sua participação efetiva em práticas sociais de uso da linguagem nas mais variadas instâncias.…”