A unidade de terapia intensiva (UTI) é um ambiente muito propício à ocorrência de eventos adversos a medicamentos, tanto pelo estado crítico dos pacientes internados quanto pela polimedicação e frequentes modificações na farmacoterapia, o que tende a prejudicar a evolução clínica do paciente. Em UTIs pediátricas, a questão adquire aspectos diferenciados devido a imaturidade do organismo dos pacientes, o que o torna mais suscetível a efeitos prejudiciais de fármacos, além de promover farmacocinética diferenciada. Nos casos em que é necessário o uso de sedoanalgésicos, sobretudo para o emprego de suporte ventilatório, lida-se com os riscos de sedação profunda, síndrome de abstinência, além de aumento do tempo de internação e sequelas de longo prazo. Nesse contexto, o presente artigo se propõe a discutir, através de uma revisão bibliográfica, a ocorrência de hipersedação e síndrome de abstinência em pacientes pediátricos, internados em UTIs de hospitais brasileiros.