Concentração das exportações mundiais de produtos florestais

Abstract

Este trabalho analisou o grau de concentração das exportações mundiais de produtos florestais no período 1961-2008. Os dados utilizados estão disponíveis na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimento. O grau de concentração foi determinado por meio da Razão de Concentração [CR(k)], Índice de Herfindahl-Hirschman (HHI), Índice de Entropia de Theil (E) e Índice de Gini (G). As principais conclusões foram: A participação brasileira nas exportações mundiais no agregado de produtos florestais é crescente ao longo do tempo; os setores mais significativos do agregado das exportações mundiais de produtos florestais, em ordem decrescente, foram o de celulose, madeira serrada, papel e papelão, painéis de madeira, madeira para fins industriais e energia. Segundo a classificação de Bain, a Razão de Concentração dos quatro e oito maiores exportadores de produtos florestais é moderadamente baixa; os indicadores HHI e de Entropia de Theil (E) mostram redução na concentração das exportações mundiais de produtos florestais e maior competição entre os países que comercializam tais produtos; o Índice de Gini indica que, apesar do aumento de exportadores de produtos florestais ao longo do período de análise, um número reduzido de competidores concentra frações cada vez maiores das exportações internacionais desses produtos; os índices sumários (HHI, E e G) indicaram que o aumento da competição e da concorrência não tem se traduzido em uma distribuição mais equitativa das exportações de produtos florestais, que levasse à redução das desigualdades e da concentração dos ganhos do setor; apesar da tendência decrescente dos CR(4) e CR(8), há uma elevação de G, isso porque os ganhos de escala do comércio internacional têm sido apropriado por poucos concorrentes; é recomendada cautela na análise dos índices sumários (HHI, E e G), que devem ser examinados em conjunto com os índices parciais [CR(k)] para não tirar conclusões errôneas; os países com expressiva participação na pauta de exportações, como o Brasil, devem buscar estratégias comerciais para reter as vantagens competitivas conquistadas, principalmente aquelas advindas do ganho de escala. Palavras-chave: economia florestal; concentração industrial; mercado internacional.

Global Concentration of Pulp Exports

“…In Figure 2, the indicators showed evolution and indicated deconcentrating trends in the world pulp exports from 1961 to 2012. Coelho Junior et al (2013) also found that there was a reduction in the global concentration of forest product exports. Figure 2A shows that there were trends in the world's concentration of very high to moderately high pulp exports in the analyzed period when considering the four [CR(4)] and eight [CR(8)] major pulp exporting countries.…”

“…The indexes used in the study were suggested by Coelho Junior et al (2013): Concentration Ratio, Herfindahl-Hirschman Index, Theil Entropy Index, and the Gini Coefficient. In addition to these, the Hall and Tideman Index and the Comprehensive Concentration Index were also used.…”

“…In 2008, the pulp segment accounted for more than 82% of the world's exports of forest products. In addition, countries that have a significant share in pulp exports (such as Brazil) have been seeking strategies to retain their acquired competitive advantages, especially those coming from barriers to entry (COELHO JUNIOR et al, 2013). The pulp industry has an oligopolistic market structure due to the high degree of technological dominance, the specificity and irreversibility of invested capital, a large volume of initial fixed investments, the long maturity of the projects, as well as the inelastic supply and demand of pulp (RESENDE;BOFF, 2002;REZENDE et al 2008).…”

“…The countries with the greatest territorial extension usually have comparative advantages in natural resources and tend to have greater share in the market of primary products. However, some countries and regions are better prepared to face challenges and seize opportunities, while others do not yet have the essential (institutional, legal and economic) conditions to sustainably manage forest resources (COELHO JUNIOR et al, 2013).…”

“…Concentration studies in the international market of the forestry sector have been carried out by Noce et al (2007) for plywood, Noce et al (2008) for particleboard, Coelho Junior et al (2013) for forest products, Soares et al (2014) for North American pulp imports, and Schettini et al (2016) for the world market of wood pellets. In view of the importance of the pulp segment for the international forest products market, this paper analyzed the evolution and the degree of the global concentration of pulp exports in the period of 1961 to 2014.…”