Violência Autoprovocada Em Adolescentes No Brasil, Segundo Os Meios Utilizados

Abstract

Objetivo: analisar a distribuição epidemiológica da violência autoprovocada em adolescentes no Brasil, segundo os meios utilizados. Método: estudo descritivo das notificações constantes no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, de acordo com os meios utilizados para autoagressão e as regiões geográficas de residência, no período de 2009 a 2016. Os dados foram analisados mediante estatística descritiva e inferencial, teste de qui-quadradro e medida de associação odds ratio. Resultados: a violência autoprovocada por envenenamento esteve associada ao sexo feminino, à faixa etária de 15 a 19 anos, à raça/cor branca e ocorrência no domicílio. As violências autoprovocadas por força corporal/espancamento, objeto perfurocortante e outros meios de autoagressão foram associadas ao sexo masculino e ocorrência em ruas e áreas públicas. Conclusão: conhecer o perfil da violência autoprovocada entre os adolescentes pode direcionar ações preventivas pelos profissionais de saúde, sobretudo no âmbito da Atenção Primária à Saúde.

Perfil epidemiológico de lesões autoprovocadas no Estado do Piauí entre 2017 e 2021

“…A definição do comportamento suicida tem como pré-requisito a consciência da finitude da vida, inclusive de sua própria. Todavia, o fato de a criança ter um conceito da morte diferente dos adultos não significa necessariamente que ela não poderá atentar contra a sua própria vida (Brito et al, 2021).…”

“…Diante disso, no período de 2009 a 2016 foram notificados 33.541 casos de violência autoprovocada na faixa etária dos adolescentes no Brasil. Já a taxa nacional aumentou de 2,1/1000.000 casos em 2009 para 25,7/100.000 em 2016 (Brito et al, 2021).…”

“…O ato de se ferir sem evidência de intenção suicida é um fenômeno típico da adolescência e tende a decrescer na vida adulta. A relevância de investigar a lesão autoprovocada se consolida na tendência do continuum de severidade ao longo do curso do desenvolvimento, que pode se iniciar com atos de se ferir e evoluir para a ideação, o planejamento, a tentativa e evoluir até o suicídio consumado, o que não significa que este percurso é sempre rigorosamente seguido (Brito et al, 2021).…”

Violência autoprovocada no Espírito Santo

“…Quanto às características das vítimas, nota-se a maior prevalência do evento entre adolescentes. No período de 2009 a 2016, foram notificados 33.541 casos de violência autoinfligida por esse público no país (18) . Nos Estados Unidos, em 2019 cerca de 1 em cada 5 jovens havia considerado seriamente a tentativa de suicídio; 1 em cada 6 havia feito um plano de suicídio; 1 em 11 havia feito uma tentativa; e 1 em 40 fez uma tentativa de suicídio que exigiu tratamento médico (19) .…”

“…Contudo, a contribuição da enfermagem fica comprometida quando os profissionais não têm formação formal para assistência de pessoas vítimas desse tipo de violência; alguns até referem ter experiência profissional no assunto, mas não têm conhecimento suficiente para manejar uma situação de violência autoprovocada (10) . Por isso, é necessário políticas de saúde para capacitação dos profissionais da área, como também discutir o tema violência autoprovocada ainda na graduação desses trabalhadores, pois o conhecimento prévio aumenta a qualidade do cuidado e, assim, ajuda a combater esse agravo (10)(11)(12) .…”