Objetivos: realizar levantamento epidemiológico de casos confirmados de sífilis em gestantes adolescentes no período de 2007 a 2016 e estabelecer o perfil epidemiológico das adolescentes diagnosticadas com sífilis na gestação. Método: estudo documental retrospectivo de abordagem quantitativa. Desenvolvida com dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). Resultados: Verificou-se um constante aumento dos casos de sífilis em gestantes adolescentes, com maior expressividade para os três últimos anos pesquisados, que juntos, acumularam 57% dos casos notificados. A maioria das gestantes adolescentes tinham entre 15 e 19 anos (96,8%), e possuíam apenas a 5ª e a 8ª séries incompletas (23,9%). Quanto ao diagnóstico e tratamento, 43,2% foram diagnosticadas ainda no 1º trimestre, 68,7% estavam na fase latente e apenas 50% dos parceiros foram tratados concomitantemente. Conclusão: A incidência de sífilis em gestantes adolescentes vem aumentando de forma preocupante. São necessárias intervenções mais eficazes para o controle da doença entre adolescentes.
Resumo O objetivo deste artigo é analisar a tendência temporal da violência física contra a mulher perpetrada pelo parceiro íntimo no Paraná. Trata-se de um estudo de séries temporais (2009 a 2016) dos registros de violência física contra a mulher por parceiro íntimo no Paraná. Os dados foram obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação-SINAN. Foram calculadas taxas de violência física contra a mulher por parceiro íntimo, segundo características sociodemográficas e meio de agressão. Para a análise de tendência, utilizou-se a regressão polinomial. As notificações aumentaram de 11,1 casos/100.000 mulheres em 2009 para 91,2 em 2016, com aumento anual médio de 14,84. Houve elevação nas taxas de violência física contra a mulher em todas as macrorregionais de saúde, destacando-se a Oeste, com a maior taxa média, e a Norte, com maior crescimento anual médio. O cônjuge foi o principal agressor. Entretanto, registrou-se crescimento das agressões por ex-cônjuges e namorados(as). Também houve aumento de notificações entre mulheres de 20-29 e 50-59 anos, com oito anos ou mais de estudo, e raça/cor preta/parda, amarela e indígena. Os resultados mostram aumento das notificações de violência física contra a mulher por parceiro íntimo, com mudanças no perfil sociodemográfico das vítimas.
Objective: to evaluate family and community guidance in adolescence, within the scope of Primary Health Care. Method: an evaluative and descriptive study with a quantitative approach, developed through the application of the Primary Care Assessment Instrument (PCATool), with 70 professionals from the Family Health Strategy and 140 adolescents from the widerange areas. Data collection took place in Basic Health Units and in the adolescents’ homes in a municipality of southern Brazil, from May to September 2019. The data were analyzed using descriptive and inferential statistics using ANOVA and Tukey’s test, performed using the R Studio software. Results: there was divergence in the assessment of the attributes of family and community guidance between users and responsible professionals, showing weaknesses in the communication process and in the formation of the care bond in this reality, with impacts on quality of care. Conclusion: there was a need for continued assessment of the care practice in primary health care, as well as for permanent education with a focus on increasing qualification of care for adolescents.
Nos últimos anos tem ocorrido uma queda da cobertura vacinal infantil no Brasil, incluindo a vacinação contra a poliomielite, o que aumenta o risco de reintrodução do poliovírus no país. Nesse contexto, o estudo teve por objetivo analisar a distribuição, homogeneidade e autocorrelação espacial da cobertura vacinal contra a poliomielite e sua correlação com indicadores sociodemográficos no estado do Paraná, Brasil. Trata-se de um estudo ecológico com dados do SI-PNI do período de 2016 à 2020. A cobertura vacinal contra a poliomielite e a homogeneidade foram calculadas. A autocorrelação espacial foi analisada pelo Índice de Moran Local e Global. Utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson e de Spearman para verificar a correlação entre a cobertura vacinal e variáveis sociodemográficas. Dos 399 municípios do estado, apenas 54,6% apresentaram uma taxa de cobertura vacinal de 95% ou mais no período de estudo. A taxa média de homogeneidade foi de 52,4% e identificou-se conglomerados do tipo baixo-baixo predominantemente na mesorregião metropolitana do estado. Evidenciou-se correlação fraca entre a cobertura vacinal e variáveis sociodemográficas. Conclui-se que o estado do paraná apresenta diferenças importantes na distribuição da cobertura vacinal contra a poliomielite e um perfil de heterogeneidade, o que reforça a necessidade de estratégias direcionadas ao aumento da cobertura vacinal.
Objective: to analyze the time trend and the spatial distribution of the cases of lethal violence against women in Brazil, according to age group and to race/skin color. Method: an ecological study of time series, with spatial distribution of the deaths of women victims of aggression, registered in the Mortality Information System, resident in Brazil, Brazilian geographic regions and states. Due to underreporting of deaths in some states, correction factors of the mortality rates were employed. For the trend analysis, we adopted the polynomial regression model. In addition to that, the mean rates and annual upward/downward trends were distributed considering the Brazilian federative units as analysis units. Results: the mean rate was 6.24 cases of lethal violence per 100,000 women, with a significant variation across the Brazilian regions and states. The main victims of violent death in Brazil are young, black-/brown-skinned and indigenous women, with a growing trend in these population segments. The North and Northeast regions stood out with the most significant mean annual increases (0.33; r2= 0.96 and 0.26; r2= 0.92, respectively). Conclusion: there was a stable trend regarding lethal violence against women, with significant regional differences. Young, black-/brown-skinned and indigenous women are more vulnerable to violent death in Brazil.
Objective: to analyze the correlation between maternal characteristics and perinatal outcomes, with the number of prenatal consultations performed. Method: a cross-sectional study, carried out with 1,219 mothers and newborns stratified as intermediate risk according to the Programa Rede Mãe Paranaense, adaptation of the Rede Cegonha at the state level. Data were collected from the Birth Certificates. Spearman, Wilcoxon and Kruskal-Wallis tests were used to analyze the correlation between the variables of interest. Results: married women, with higher education, white and aged 30 years or older were the ones who most attended prenatal consultations. With regard to perinatal outcomes, children whose mothers had more frequent prenatal consultations had better Apgar and birth weight scores. High rates of cesarean delivery were identified before the onset of labor. Conclusion: maternal characteristics influence the process of adherence to prenatal care, impacting perinatal outcomes, indicating the relevance of these risk factors and the need to improve actions aimed at greater compliance with risk stratification and qualified and resolute care for pregnant women at intermediate risk.
Resumo Objetivo: analisar a tendência temporal e a distribuição espacial dos casos de violência letal contra mulheres no Brasil, segundo faixa etária e raça/cor. Método: estudo ecológico, de séries temporais, com distribuição espacial dos óbitos de mulheres vítimas de agressão, cadastrados no Sistema de Informação sobre Mortalidade, residentes no Brasil, regiões geográficas e estados brasileiros. Devido ao sub-registro de óbitos em alguns estados, empregaram-se fatores de correção das taxas de mortalidade. Para a análise de tendência, adotamos o modelo de regressão polinomial. Além disso, as taxas médias e as tendências de aumento/reduções anuais foram distribuídas considerando como unidade de análise as unidades federativas do Brasil. Resultados: a taxa média foi de 6,24 casos de violência letal por 100 mil mulheres, com variação importante entre as regiões e os estados brasileiros. As principais vítimas de morte violenta no Brasil são mulheres jovens, pretas/pardas e indígenas, com tendência de crescimento nessas populações. As Regiões Norte e Nordeste se destacaram com os aumentos anuais médios mais expressivos (0,33; r2 = 0,96 e 0,26; r2 = 0,92, respectivamente). Conclusão: evidenciou-se tendência de estabilidade da violência letal contra a mulher, com diferenças regionais significativas. Mulheres jovens, pretas/pardas e indígenas são mais vulneráveis à morte violenta no Brasil.
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