Avaliação do sistema nacional de vigilância da doença meningocócica: Brasil, 2007-2017

Abstract

Objective: to evaluate meningococcal disease (MD) surveillance from 2007-2017, according to its attributes. Methods: this was a descriptive study of the 'timeliness', 'representativeness', 'simplicity', 'flexibility', 'data quality', 'acceptability' and 'usefulness' attributes of the system, based on Centers for Disease Control and Prevention guidelines; we used National Notifiable Diseases Information System (SINAN) data, with onset of symptoms between 2007-2017. Results: the system was found to be complex with eight case definitions and six laboratory confirmations; flexible, with adequate description of epidemiological changes; good chemoprophylaxis, active tracing and serogrouping completeness; low acceptability with chemoprophylaxis found in less than 70.0% of records; timely, with excellent investigation, closure and collection of cerebrospinal fluid; representative, in its description of MD in Brazil; useful, adequately guiding control actions. Conclusion: different clinical presentations of MD and the need for rapid case management interfere with the system's acceptability and complexity; the latter, however, is useful for epidemiological analysis.

Análise epidemiológica da meningite meningocócica no Brasil

“…Duarte et al ( 2014) demonstraram, contudo, que a construção desses indicadores pode apresentar problemas associados ao preenchimento das fichas de notificação e, concomitantemente, sua digitação no SINAN, de modo que os dados ficam susceptíveis a sub-registro, erros ou subinformação. Nesse contexto, é fundamental que haja um monitoramento e treinamento dos profissionais de saúde na operacionalização desses dados (Ribeiro et al, 2019).…”

“…O presente estudo denotou uma regular diminuição da incidência anual de casos de meningite meningocócica no Brasil: o que, de acordo com a literatura, apresenta-se como resultado da introdução, em 2010, da vacina meningocócica C conjugada (MenC) no calendário vacinal nacional para a faixa etária de menores de 2 anos de idade, bem como a introdução no programa nacional de imunizações (PNI) da vacina meningocócica ACWY para adolescentes (Aguiar et al, 2022;Ribeiro et al, 2019;Safadi et al, 2012;Silveira & Nóbrega, 2022;Tauil et al, 2014).…”

“…Nota-se a importância da vigilância epidemiológica ativa, com a avaliação dos sorogrupos das cepas circulantes e faixas-etárias acometidas como maneira de direcionar possíveis reforços vacinais. Por fim, o adequado preenchimento das fichas de notificação e a operacionalização desses dados permite a clareza da análise e direcionamento de políticas de saúde pública (Aguiar et al, 2022;Ribeiro et al, 2019).…”

“…A infecção pela bactéria Neisseria Meningitidis pode causar doença meningocócica que é uma enfermidade com alto potencial de gravidade na qual pode se apresentar sob diversas formas clínicas, que variam desde o estado de portador assíntomático à meningococcemia fulminante (Ribeiro et al, 2019;Puriceli et al, 2004).…”

“…Entre as formas de apresentação, destacam-se a meningite meningocócicaquando a infecção atinge as meningese a meningococcemia que é resultado da disseminação hematogênica com manifestações sistêmicas. Apesar da existência de casos de doença leve, é mais comum que se apresente como uma síndrome séptica e/ou meningite (Ribeiro et al, 2019;Secretaria de Vigilância em Saúde, 2016). Devido a sua manifestação, a meningite meningocócica é considerada uma emergência médica, que a partir de uma avaliação do quadro clínico e um diagnóstico precoce pode evoluir, em sua maioria, para um bom prognóstico (Filho et al, 2018;Secretaria de Vigilância em Saúde, 2019).…”