Performatizações Queer Na Educação Física Escolar

Abstract

Objetivamos problematizar como se constituíam as relações de gênero e sexualidades nas aulas de Educação Física de uma escola municipal do Rio de Janeiro, com destaque para relatos da participação de um menino estudante que não se enquadrava nas normas binárias de gênero. A metodologia utilizada foi de caráter descritivo e qualitativo, através de observações participantes analisadas pela técnica de Análise de Conteúdo. Como base teórica, pautamo-nos nos estudos queer, encontrando manifestações desviantes dos padrões clássicos esperados para meninos e sua(s) masculinidade(s), sustentando estranhamentos, não pertencimento e não aceitação da performance fora da norma, fatos desconsiderados e não problematizados pelo docente responsável.

Disputas pela (des)estabilização do regime cisheteronormativo na Educação Física escolar

“…Uma representação abjeta do sujeito como homossexual ou como aquele que não performatiza uma masculinidade próxima da considerada aceitável. Garcia & Brito (2018), em pesquisa que focalizou meninos dissidentes das normas da masculinidade nas aulas de Educação Física escolar, apontaram que ao serem tidos como seres abjetos naquele espaço, estes meninos resistiam muitas vezes sozinhos ao regime cisheteronormativo por violências simbólicas e físicas ocorridas nas aulas e que ratificavam o estado de corpo abjeto: "Isso ocorre aos que fogem da heteronorma, sinalizando a existências de hierarquias que classificam e interpretam sujeitos heterodissidentes enquanto seres miseráveis em dignidade e/ou possuidores de vidas/corpos menos importantes" (Garcia & Brito, 2018, p. 1329.…”

“…Ampliamos esse olhar neste artigo, discutindo a Educação Física escolar e o atravessamento da cisheteronormatividade. Reconhecemos que não inauguramos essa discussão na área, pois pesquisadores e pesquisadoras já desenvolveram a abordagem em textos que trouxeram a teorização da heteronormatividade como operador político-analítico nas práticas da Educação Física escolar (Dornelles & Dal'igna, 2015;Garcia & Brito, 2018).…”

As Narrativas De Gênero Na Educação Física Escolar: Scoping Review Da Literatura Científica Brasileira Nas Ciências Da Saúde

“…Por outro lado, Franco (2016) entende que o professor ou professora responsável pela aula deve promover a inclusão, que significa combater atitudes discriminatórias, permitindo, assim, uma educação para todos, estimulando o diálogo e combatendo o preconceito. Já Garcia e Brito (2018) vão além, afirmando que: [...] a (não) atitude do docente responsável colaborou para legitimar, naturalizar e favorecer a cristalização de preceitos heteronormativos já arraigados nos discursos controladores das sexualidades, permitindo assim o estabelecimento e manutenção de hierarquias identitárias entre os(as) próprios(as) alunos(as) (GARCIA; BRITO, 2018BRITO, , p. 1331.…”

Estética do invisível e androginia: a dissolução da unidade simbólica de pertencimento como reflexão à educação física

“…Among other aspects, they address the destabilization that transgender athletes cause in the modes of sports organization rooted in the heteronormative paradigm 5,6 . Considering bodily activities developed at school, exclusion and estrangement are just some of the difficulties faced by students who present a gender-deviant performance 7 .…”

“…In the literature on the subject 3,[5][6][7] , we perceive that the theme lacks an in-depth approach, for there is an evident long way to be walked toward overcoming the challenges imposed by these modes of being, which aim for visibility. Thus, providing some considerations on the photographs favors understandings around this phenomenon that puts the body on display.…”