Atividades em um centro de ciências: motivos estabelecidos por educadores, suas concepções e articulações com a escola

Abstract

Esse estudo investiga os motivos que levam diferentes educadores a planejarem atividades com seus estudantes em um centro de ciências. Além disso, buscou-se: a) analisar as concepções desses educadores sobre o papel/função do centro de ciências; b) compreender, a partir das falas dos educadores, como se deu a sua participação durante a visita nesse espaço; c) identificar se há uma tentativa de articulação por parte dos educadores entre as ações desenvolvidas no contexto escolar e as atividades realizadas no centro de ciências. Trata-se de um estudo qualitativo de caráter exploratório. Para a coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 15 educadores após a visita realizada com seus estudantes em um centro de ciências da Grande Vitória, no estado do Espírito Santo. Os resultados evidenciaram que o principal motivo estabelecido pelos educadores ao planejar visitas com seus estudantes no centro investigado é a possibilidade de vincular a teoria, que é discutida e ensinada no contexto escolar, com situações práticas envolvendo demonstrações/experimentações que constituem os principais elementos mediadores desses espaços. Esse resultado aponta para uma necessidade de reflexão/formação dos educadores no sentido de repensar as potencialidades educativas dos centros de ciências e as possíveis articulações a serem desenvolvidas com vistas às práticas pedagógicas estabelecidas no contexto escolar. Palavras-chaveEducação não formal -Centro de ciências -Concepções de educadores -Articulação escola e centro de ciências.

A Educação em Saúde na área da Parasitologia: a experiência dos projetos de extensão LiPar e Educac na “Semana de meninas e mulheres na Ciência” ocorrida na Universidade do Estado do Rio de Janeiro

“…A educação em saúde abarca os conceitos de educação e de saúde (SALCI et al, 2013). Entretanto, apesar de serem diferentes instrumentos de trabalho, eles estão intrinsecamente relacionados quando se pensa no objetivo final desse tipo de educação: o primeiro se ocupará de tratar dos métodos pedagógicos, tentando transformar comportamentos, gerar reflexões e crítica, ao passo que o segundo transmitirá conhecimentos científicos para intervir sobre as doenças (FALKENBERG et al, 2014).…”

“…Apesar de grande parte dos casos poderem ser tratados através de medicamentos orais (MELO, FERRAZ e ALEIXO, 2010), alguns dos fatores que colaboram para a alta prevalência dessas doenças, além da falta de saneamento e de condições precárias de vida, são a falta de conhecimento sobre a transmissão e controle das infecções parasitárias e princípios de higiene (RIBEIRO et al, 2013). Dessa maneira, a execução de práticas educativas que visem levar conhecimento à população sobre parasitoses poderá torná-las capazes de atuar na prevenção e redução da carga parasitária (RIBEIRO et al, 2013), além de contribuir para que os indivíduos tenham autonomia e sejam capazes de propor e opinar acerca das decisões de saúde para cuidados individuais e coletivos (FALKENBERG et al, 2014).…”

Experiências museais de professores de Ciências da Natureza: possibilidades para aproximar escolas e museus

“…Diversos trabalhos na literatura e documentos nacionais apontam a importância, as dificuldades e a necessidade de uma aproximação efetiva entre as escolas de educação básica e os museus de ciências (CHAGAS, 1993;MARANDINO, 2001;MARTINS, 2006;COLOMBO JUNIOR, 2014;KÖPTCKE, 2014;MOREIRA, 2015;REIS, 2015;CARVALHO, 2016;COELHO;BREDA;BROTTO, 2016;SILVA, 2017).…”

“…Outras propostas, que também se debruçam sobre a aproximação entre museus de ciências e professores, apontam para a necessidade de: i) investir na formação inicial dos professores de Ciências e incluir nos currículos das licenciaturas a questão da educação em Ciências em espaços não formais de educação (CHAGAS, 1993;MARANDINO, 2001;QUEIROZ;FRANCO, 2003;GUISASOLA;MORENTIN, 2010;OVIGLI, 2011;MONTEIRO, 2011;BOSSLER;NASCIMENTO, 2013;PUGLIESE, 2015;COELHO;BREDA;BROTTO, 2016); ii) os museus e centros de ciências oferecerem cursos de formação continuada para os professores da educação básica (QUEIROZ;FRANCO, 2003;BORGES;MANCUSO, 2004;MELBER;COX-PETERSEN, 2005;ANDERSON;STORKSDIECK, 2006;MARTINS, 2006;MEGID NETO, 2009;BOSSLER;NASCIMENTO, 2013;SILVA, 2017); iii) os professores, ao propor uma visita aos museus de ciências, terem um planejamento específico para tal atividade, envolvendo aspectos referentes ao momento anterior, durante e depois da visita (ALLARD;BOUCHER, 1998;KÖPTCKE, /2003MARTINS, 2006;MARANDINO et al, 2008;BOSSLER;NASCIMENTO, 2013;CONTIER, 2015;REIS, 2015;MOREIRA, 2015;SOUZA, 2015); iv) os planejamentos para as visitas ou outras atividades aos museus e centros de ciências ser...…”

Espaços e atividades extraescolares segundo professores de ciências: contradições e possibilidades

“…Igualmente, para alcançarmos nossos objetivos não se faz necessária uma definição última e monolítica desses conceitos, abarcando toda sua complexidade. Além disso, se levarmos em conta o público escolar e, mais especificamente, os professores, há estudos que sugerem que poucos docentes dominam tais conceitos e sabem como aliar os espaços de educação não formal aos objetivos pedagógicos estipulados (KISIEL, 2003;COSTA et al, 2013;COELHO;BREDA;BROTTO, 2016) e, igualmente, pesquisas que relatam uma formação inicial insuficiente desses profissionais no que diz respeito a esses temas (QUEIROZ; GOUVÊA; FRANCO, 2003;OVIGLI, 2011; CATARINO; QUEIROZ; BARBOSA-LIMA, 2017). Entretanto, essas questões serão discutidas em maior profundidade posteriormente.…”