Relações de poder no processo de sucessão em empresas familiares: o caso das indústrias filizola S.A

Abstract

Este trabalho analisa o processo de sucessão em empresas familiares à luz das relações de poder estabalecidas no contexto intra-organizacional. Analisou-se o caso das Indústrias Filizola S.A., empresa familiar centenária fundada em 1886, líder sulamericana na produção de balanças mecânicas e eletrônicas, e que chega ao terceiro processo de sucessão de sua história em condições de manter-se competitiva e ativa no mercado. O interesse em analisá-la advém da longevidade alcançada pela mesma, bem como por revelar estratégias inusitadas para a condução do processo de sucessão. As conclusões deste trabalho apontam que a sucessão em empresas familiares brasileiras segue um modelo centrado na família e que tal opção pode ainda ser eficiente na sobrevivência dessas organizações.

TAM e Azaléia: processos de transição em empresas familiares DOI 10.5752/P.1984-6606.2009v9n20p114

“…O processo de sucessão é estratégico no escopo das organizações familiares, necessitando de um planejamento para preparar o sucessor, de tal forma que sua entrada e gestão não resultem em consequências negativas para a empresa (COSTA, 2006;CAPELÃO, 2001;GERSICK et al, 1997;CHURCHILL;HATTEN, 1987 Dias (1997, p. 83) "para que as empresas familiares possam sobreviver, frente aos processos de mudanças que se fazem necessários, elas têm que criar uma identidade própria, diferenciada da do seu fundador".…”

“…Sobre a escolha do sucessor, este não deve tentar ser uma cópia do fundador e nem mostrar que tem ideias melhores sobre o negócio. Assim, introduz naturalmente o tema do processo de sucessão -que é visto como um componente estratégico no escopo dessas organizações, pois necessita de planejamento para a preparação do sucessor, de tal forma que sua entrada e gestão não resultem em consequências negativas para a empresa (COSTA, 2006;CAPELÃO, 2001;GERSICK et al, 1997;CHURCHILL;HATTEN, 1987). Tendo em vista a importância econômica das empresas familiares e a lacuna de estudos sobre o processo de sucessão nesse tipo de empresas, o objetivo deste estudo foi analisar e comparar os processos de sucessão de duas empresas familiares, a fim de evidenciar a importância e discutir as possíveis consequências desses processos para as empresas estudadas.…”

“…Assim, Churchill e Hatten (1987) enfatizam a importância de se pesquisar a sucessão gerencial (não apenas a da propriedade) em empresas familiares, alegando que, se não houver um gerenciamento adequado do negócio, não importará quem o possua. Assim, a sucessão familiar deve ser um processo de construção do sucessor, para conciliar interesses familiares e empresariais -o que exige tempo e planejamento, bem como a definição de regras claras para a escolha do sucessor, de modo que este possua os requisitos para substituir o fundador e, ao mesmo tempo, represente os anseios de perpetuação dos valores do negócio e do patrimônio familiar, elementos que são fundamentais no processo de sucessão (CAPELÃO;MELO, 2001).Este estudo é de natureza qualitativa e caráter exploratório e descritivo visto tratar de dois estudos de caso, com foco na transição do controle empresarial. Para sua realização fezse uma pesquisa documental.…”

A empresa familiar Cachorro Quente do Rosário: entre a antropologia e a administração

“…O processo de sucessão é o que permite a continuidade do empreendimento e que consolida o negócio como familiar. O processo sucessório é tido como um assunto delicado, constituindo um momento crucial, segundo Lodi (1999;1998) e Gersick et al (1997; por isso mesmo, tem centralizado a temática que envolve estudos sobre empresas familiares (GUEIROS e OLIVEIRA, 2000; CAPELÃO e MELO, 2001;LEONE, 2002;MAGALHÃES NETO e FREITAS, 2003;SILVEIRA e BIEHL, 2003). Da mesma forma, Floriani e Rodrigues (2000) afirmam que o processo sucessório nas empresas de gestão familiar se constitui no que pode ser denominado de ponto crítico do bom desempenho destas e, principalmente, da sua perpetuação.…”

Cultura organizacional: generalizações improváveis e conceituações imprecisas

“…Dentro desse mesmo foco de análi-se, Bresler (2000) analisa a imagem do pai na realidade brasileira, apontando que essa é uma das formas pelas quais a dominação é exercida nas organizações que atuam em nosso país. Nesse sentido, Capelão (2000) analisa a mesma característica cultural em uma empresa familiar brasileira, tentando resgatar a "genealogia" desse traço e a forma de sua manifestação na empresa estudada. Vale frisar que todos os artigos discutem as origens históricas de tal traço em nosso contexto cultural.…”