Perspectivas interdisciplinar e rizomática na formação dos profissionais da saúde

Abstract

Este artigo tem como objetivo problematizar aspectos das perspectivas interdisciplinar e rizomática na formação de profissionais da área da saúde. Ambas as atitudes requerem olhares plurais e outras posturas dos educadores nas relações que estabelecem com os sujeitos e com os conhecimentos, visando a superar maneiras fragmentadas dos processos de trabalho e de produção de ciência, recuperando o caráter dialético da realidade social. Os desafios postos por estas perspectivas convidam todos os educadores envolvidos eticamente neste processo a refletirem sobre a inclusão de temas e dimensões que perpassam transversalmente o processo de formação profissional e a produção de conhecimentos, movimentando territórios, compreensões e subjetividades, o que pode possibilitar interpretações inovadoras e polissêmicas, bastante desejáveis para se lidar com a complexidade da realidade, inclusive na área da saúde.

Contribuição do curso de especialização em Atenção Primária à Saúde à prática de profissionais da saúde

“…Ações estas que se diferem da lógica individualista proposta na maioria dos cursos de formação na área de saúde, as quais são ilustradas pela seguinte fala: Essa iniciativa está relacionada aos resultados encontrados no questionário on-line, aplicado no início do curso, no qual 94,9% dos trabalhadores/alunos manifestaram a expectativa de que o curso de especialização pudesse provocar mudanças na prática. O produto da aprendizagem não se refere a uma repetição mecânica, mas a uma atividade criadora, de modo que a solução não se finaliza na problematização, nem na experimentação 21 .…”

“…O desafio que a EPS enfrenta e pretende enfrentar é pensar o cotidiano como um lugar vivo, em que nos relacionamos e nos tornamos agentes ativos no processo; no qual o fazer no mundo do trabalho, em sua micropolítica, possa tornar essas intenções e implicações dos agentes em componentes explícitos para a constituição de uma produção de redes de discussões coletivas entre os trabalhadores e as equipes de saúde e, então, explorar essa produção como atos pedagógicos 21 . Tais percepções são relatadas por um dos participantes dos grupos focais:…”

“…Portanto, alguns apontamentos demonstram que a percepção dos alunos é a de que muitos gestores não possuem o entendimento da EPS como um processo de produção de trabalho e que esta pode interferir nas transformações das situações do dia a dia. Ainda vivemos em uma sociedade que determina que alguns podem ter o direito de refletir, pensar e atuar, enquanto outros são pressionados a viver uma realidade alienada de cumprir tarefas e atividades, quantificando-as como produtividade e dissociadas do processo de gestão e criação 21 .…”

To Be the Shadow - Awareness of Undergraduate Nursing Students: A Case Study

“…Chains of thought and convictions need to be questioned, denouncing the ephemerality of sciences and of the accumulated knowledge (as well as those currently being produced), along with attempts of the homogenization of human senses and the meanings of this knowledge in societies. 23,24 This act of rethinking must also occur parallel to the construction and reconstruction of the political-pedagogical projects of undergraduate courses. Even with the 2001 National Curriculum Guidelines (DCN), few courses have accepted the challenge of changing paradigms and assume critical-creative training.…”

Permanent health education based on research with professionals of a multidisciplinary residency program: case study

“…Thus, thinking about other forms of healthcare services to the population implies, among other things, revising the labor relations in the sector, the characteristics of the professionals under training, implying that refer us to the assumptions that have supported their formation and practices (12) . In order to incorporate this reality to the daily practices of RMS, the residents must perceive PHE as a pedagogical proposal that involves learning in their daily professional activities.…”