“…Na recente produção realizada no Brasil sobre esses intercâmbios, a atualização do interesse por analisar as articulações entre sexo mercantilizado e afetos conduziu a repensar as fronteiras associadas a esse tipo de sexo. Essas pesquisas exploraram a coexistência e a distinção entre uns e outros tipos de trocas 23 e o trânsito que as pessoas realizam entre elas, analisando o lugar e o estilo dos afetos nesses intercâmbios em relacionamentos com brasileiros/as e estrangeiros/as, no Brasil, e no exterior (Pasini, 2000;França, 2011;Luna Sales, 2013; Blanchette e da Piscitelli, 2007;Maia, 2011), no âmbito de 22 Eles também são considerados na produção antropológica recente que trata de jovens migrantes em Portugal, originários em camadas populares no Brasil (Togni, 2014) e sobre mulheres brasileiras em prisões catalãs (Padovani, 2013). 23 Vale observar que se o programa evoca um contrato de serviços, não necessariamente isento de afetos, a ajuda está inserida em uma tradição de intercâmbios hierárquicos e frequentemente remete a noções de amparo, cuidado e afeto, que se expressam em termos de contribuição para a sobrevivência econômica e para o consumo (Piscitelli, 2011).…”