E-ducar o olho e o olhar: narrativas audiovisuais, contextos escolares e estágios curriculares supervisionados

Abstract

Resumo Este trabalho insere-se em um projeto investigativo no campo das culturas profissionais docentes, com a finalidade de pensar sobre processos de (re)construção de identidades docentes que ocorrem durante os cursos de formação inicial de professores, especialmente professores em formação, da graduação em licenciatura em ciências da natureza da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), no período em que realizam atividades de estágios obrigatórios nas escolas. Solicitou-se aos/às estudantes-estagiários/as a elaboração de narrativas audiovisuais que dessem a ver aspectos observados por eles durante o acompanhamento de interações ocorridas em situações de sala de aula. A aposta teórica deu-se em dois flancos: a educação do olhar e a educação do olho, com o intuito de desnaturalizar e desconstruir miradas em curso na contemporaneidade por diferentes ordens discursivas acerca das escolas. Como hipótese de pesquisa, supomos que, ao se alterar o tipo de linguagem empregada na produção discursiva, modifica-se a educação do olhar via educação do olho, possibilitando que topografias invisíveis, como processos de ensino e aprendizagem, ganhem visibilidade plástica por meio da linguagem audiovisual. Os curtas-metragens foram analisados por meio das múltiplas linguagens empregadas: corporal, verbal, visual e sonora, mobilizando, nesses professores em formação, diferentes maneiras de apresentar como vivenciam o momento de sua formação. Conclui-se que a imersão dos/as estudantes-estagiários/as em uma mesma escola, durante mais de um semestre e meio, até o momento de produção do audiovisual, possibilitou-lhes desnaturalizar concepções do que possa ser a escola pública a partir de suas experiências com a produção de curtas-metragens.

Formação Continuada E Adoecimento Docente: Bases Histórico-Críticoculturais Para Pensar Possibilidades De Enfrentamento

“…De acordo com Cazetta et al (2018), que realizaram um estudo com alunos/ estagiários do curso de LCN da EACH, a partir das experiências vividas por eles nas escolas campo em que faziam estágios e diante do desafio de elaborar uma documentação audiovisual destas, foi possível que os alunos passassem por um processo de reflexão sobre sua identidade desde o momento de chegada à escola, mudando suas percepções após as vivências. Deste modo buscaremos analisar se os professores que acompanham os estagiários passam por esse mesmo processo de reflexão ao contribuir para a formação de novos docentes em início de carreira, reavaliando suas experiências.…”

“…Segundo Cazetta et al (2018), após as experiências vivenciadas nos estágios obrigatórios em escolas campo, os estagiários do curso de LCN da EACH passaram por um processo reflexivo, de autoanálise profissional, que contribuiu para transformações ou ratificações em suas identidades docentes. Ao analisarmos os pronunciamentos dos professores, nota-se que na percepção do professor Carlos essa permuta de experiências e conhecimentos também pode promover reflexões e alterações em suas práticas docentes.…”

A avaliação do estagiário na formação docente no Programa Especial de Graduação para a Educação Técnica e Profissional da UFSM

“…Ambos estagiários realizaram trinta horas de regência, previstas pelo curso de formação pedagógica, e executaram três metodologias de auto avaliação: (1) diário de relato, em que os estagiários realizaram uma reflexão de suas performances em cada uma das aulas; (2) aplicação de um questionário de avaliação aos alunos; e (3) aplicação de uma ficha de avaliação do estagiário pelo professor supervisor. Cazetta et al (2018) ratificam ao afirmarem que a imersão no ambiente educacional, possibilitada pela permanência dos estagiários numa mesma escola, possibilita aos estagiários desnaturalizar as concepções do que possa ser a escola pública a partir das suas experiências.…”