RESUMOHá uma sensação generalizada, nos últimos tempos, de que há uma inversão de papéis entre os normatizadores contábeis e os acadêmicos: os primeiros passaram a ser os grandes responsáveis pelos estudos teóricos, ao passo que os segundos cada vez mais se distanciam dos aspectos conceituais mais profundos da contabilidade. Tal fato se dá por conta do processo amplamente difundido no mundo de harmonização das normas locais com as do IASB, que leva os normatizadores a serem imersos cada vez mais em aspectos conceituais, mas também devido à mudança de eixo das pesquisas acadêmicas, cada vez mais descritivas e empíricas e, atualmente, raras em termos conceituais. Todavia, tanto o viés imposto pelo IASB de prover informações principalmente para os fornecedores de capital das empresas quanto a necessidade pragmática de implementação de normas, levam os normatizadores a pensarem já com um viés prático definido a priori. Por outro lado, o pensamento acadêmico teórico pode ser livre de tal viés e permitir visões mais amplas e até mesmo divergentes do status quo normativo. A união desses dois segmentos da comunidade contábil, e não sua segregação, faz-se cada vez mais premente tendo em vista a necessidade de evolução, não somente da teoria da contabilidade,