Análise da efetividade de um programa de incentivo ao aleitamento materno exclusivo em comunidade carente na cidade de São Paulo

Abstract

OBJETIVOS: analisar a efetividade do Programa de Incentivo ao Aleitamento Materno Exclusivo implantado em uma comunidade carente do município de São Paulo a fim de redirecionar-lhe as ações. MÉTODOS: pesquisa descritivo-exploratória, retrospectiva, quantitativa, com dados coletados nas 56 fichas de mulheres atendidas pelo Programa no período de agosto de 2002 a novembro de 2003. Variáveis: situação empregatícia, idade, número de filhos e tipo de assistência recebida no parto e nascimento; adesão e abandono às consultas; motivos de abandono; situação do aleitamento no momento da alta. RESULTADOS: 100% das mulheres não trabalhavam, 39,3% eram adolescentes, 48,2% eram primíparas, 67,9% referiram parto normal, 78,6% permaneceram em sistema alojamento conjunto e 68,6% não referiram contato precoce com o bebê após o parto; 51,8% de adesão ao Programa e 48,2% de abandono por motivos desconhecidos. No momento da alta, 17,3% das mães referiram aleitamento exclusivo durante os seis meses, 58,6% misto e 24,1% artificial. O desmame precoce ocorreu em média aos 96 dias de vida do bebê. CONCLUSÕES: evidenciou-se que o Programa, apesar da aparente baixa efetividade, necessita ser mantido pelo benefício que traz ao binômio mãe-filho tendo em vista as condições socioeconômicas daquela comunidade, sendo necessárias novas estratégias que melhorem a adesão e a média de aleitamento exclusivo.

Impacto do incentivo ao aleitamento materno entre mulheres trabalhadoras formais

“…A permanência em alojamento conjunto é considerada por vários autores como um fator facilitador para o estabelecimento da prática da amamentação, uma vez que a criança pode ser levada ao peito da mãe sempre que se fizer necessário, sem que tenha de seguir a rotina de horários estabelecida pela maternidade 3,14,27,28 . Entretanto, Carrascoza 5 encontrou diferença significativa ao comparar a permanência em alojamento conjunto entre dois grupos de crianças: desmamadas precocemente (antes do sexto mês de vida) e mantidas em aleitamento além dos 12 meses.…”

“…Esses grupos relatam índices satisfatórios de adesão das mães a essa prática, mostrando que entre 35% e 38,6% das crianças são mantidas em aleitamento materno exclusivo até o sexto mês de idade 2,3,4 . Índice superior foi relatado por Carrascoza 5 , que encontrou 47,5% das crianças participantes de um grupo de incentivo ao aleitamento materno amamentadas de forma exclusiva até o sexto mês de idade.…”

Variáveis que influenciam a manutenção do aleitamento materno exclusivo

“…Among the characterization data, the low education and the high numbers of adolescent mothers are observed to interfere negatively with the installation and maintenance of breastfeeding (2,4,(6)(7)(8) . These factors have a negative connotation for the health of the baby, since the main causes of morbimortality in the first year of life are intimately linked to the conditions of health and nutrition of the children, and also to the education and income of the mothers, as well as the quality of care in the gravidic-puerperal cycle (9) .…”

“…For this reason, it is believed that investing in the promotion of breastfeeding, without rules and in a welcoming way, is a relevant social task, mainly due to the circumstances in which the women live and raise their children in that lowincome community (2) .…”

“…In this perspective, scientific-based interventions are seen to have a positive effect towards increasing breastfeeding rates, and to resuming breastfeeding if it has been abandoned. Methods that are usually recommended are individual counseling, help from community agents, home visits, family support and educational programs in the prenatal and puerperium periods (1)(2) .…”