2000
DOI: 10.1590/s1517-97022000000100005
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Alfabetização e fracasso escolar: problematizando alguns pressupostos da concepção construtivista

Abstract: O objetivo deste artigo é contribuir com elementos para o debate das questões relativas à alfabetização e ao fracasso escolar das crianças de baixa renda. Parte-se de resultados de uma pesquisa que examina algumas teses que, tendo como uma das suas bases conceituais a teoria construtivista de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, vêm norteando as políticas públicas de alfabetização em nosso país desde a década de 1980. Levaram-se também em conta dados de pesquisas anteriores que estudaram a presença dos materiais e… Show more

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“…É sabido que opera em favor dessas teses um modelo evolucionista que pressupôs que a aquisição do pensamento abstrato é uma decorrência do desenvolvimento da oralidade para a escrita, particularmente a escrita alfabética. Essa imagem, que tem fortes raízes no pensamento ilustrado (Chartier, 1995), tem, todavia, encontrado argumentos discordantes entre vários autores (Houston, 1997;Cagliari, 1997;Olson, 1995;Pattanayak, 1995;Sawaya, 2000) e tem pedido revisão no âmbito da educação. Vários investigadores (Graff, 1987;Finnegan, 1988;Keller-Cohen, 1994;Hoggart, 1957) também têm criticado as visões ufanistas sobre as consequências da alfabetização, considerando essa posição um mito que não só oculta a natureza contraditória e heterogênea dos usos sociais da língua escrita (Rockwell, 2000), como considera as culturas orais e a oralidade como algo que a ela se contrapõem.…”
Section: Sandra Maria Sawayaunclassified
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“…É sabido que opera em favor dessas teses um modelo evolucionista que pressupôs que a aquisição do pensamento abstrato é uma decorrência do desenvolvimento da oralidade para a escrita, particularmente a escrita alfabética. Essa imagem, que tem fortes raízes no pensamento ilustrado (Chartier, 1995), tem, todavia, encontrado argumentos discordantes entre vários autores (Houston, 1997;Cagliari, 1997;Olson, 1995;Pattanayak, 1995;Sawaya, 2000) e tem pedido revisão no âmbito da educação. Vários investigadores (Graff, 1987;Finnegan, 1988;Keller-Cohen, 1994;Hoggart, 1957) também têm criticado as visões ufanistas sobre as consequências da alfabetização, considerando essa posição um mito que não só oculta a natureza contraditória e heterogênea dos usos sociais da língua escrita (Rockwell, 2000), como considera as culturas orais e a oralidade como algo que a ela se contrapõem.…”
Section: Sandra Maria Sawayaunclassified
“…O estudo parte de um referencial teórico metodológico que, ao tomar a leitura e a escrita num sentido mais amplo do que o da aquisição de uma competência, aponta não só para as suas várias formas de existência social, atingindo a todos os indivíduos em uma sociedade letrada quando os papéis passam a fazer parte da vida de todos (Sawaya, 2000), como permite analisar como as concepções, as relações que organizam as práticas de leitura e escrita na instituição escolar podem possibilitar ou dificultar a manifestação das relações, dos usos e das experiências com a leitura e a escrita que as crianças de camadas populares trazem como bagagem cultural para a pré-escola. A análise ocorreu a partir dos sujeitos, crianças e educadores, examinados como pessoas portadoras de determinadas experiências de leitura e escrita, de uma visão de mundo e de uma práxis social cuja especificidade não pode ser entendida no âmbito de conceitos como os de diferenças ou defasagem cognitiva, dominação cultural, precariedade material, alimentar etc.…”
Section: Sandra Maria Sawayaunclassified
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“…As bases conceituais do construtivismo passaram a nortear as políticas de alfabetização e também os programas de formação de professores. Segundo Sawaya (2000), esses estudos, ao contribuírem para mudanças nas concepções sobre a aprendizagem da leitura e da escrita, levaram a novos entendimentos sobre as difi culdades escolares das crianças de classes populares, fundamentando propostas de organização das escolas, como foi o caso do Ciclo Básico em várias redes brasileiras e da Progressão Continuada no Estado de São Paulo. Para a autora, no bojo do projeto de ampliação do tempo para o processo de alfabetização dos alunos de classes populares, encontra-se a justifi cativa de que a escola não está adaptada às condições sociais e culturais das crianças pobres.…”
Section: Fracasso Escolar E Alfabetizaçãounclassified
“…Segundo Sawaya (2000), essas concepções foram utilizadas para justifi car a necessidade de mudanças nas práticas pedagógicas e, portanto, na formação dos/as professores/as, bem como na ampliação do tempo escolar para a alfabetização das crianças pobres. Fundamentada em autores/as que questionam o discurso predominante sobre as concepções escolares de apropriação da leitura e da escrita que consideram como únicas formas válidas aquelas cons-truídas pelos grupos autorizados -pedagogos, linguistas, gramáticos, estudiosos da linguagem etc.…”
Section: Fracasso Escolar E Alfabetizaçãounclassified