"Eu faço o que eles não sabem fazer". Jogar futebol na Europa sempre foi meu sonho; pra ser sincero, de salão não era o que eu idealizava, mas surgiu e, por sinal, muito rápido; vim prá cá [Itália] com 16 anos; já são sete que estou aqui, mas não era comum na época vir com pouca idade, por questões de documentação, autorização, medo que o cara não tivesse a cabeça feita e de que houvesse problema pra quem contratava, nem contrato dava pra fazer direto; agora passa tudo pela CBF (sic) [ Existe um significado cultural que vincula o brasileiro ao futebol, algo que parece natural¹. Na realidade, há uma ideia no meio social de que todo o brasileiro é um jogador em potencial; isso influencia a tendência em incentivar meninos para serem jogadores. Essa representação foi produzida em décadas passadas como o "país do futebol", em razão de vitórias em copas do mundo, de jogadores que se tornaram ícones como Pelé e Garricha e, na realidade, de sermos um povo apaixonado por futebol. Nesse sentido, correlaciona-se o futebol com as favelas, as peladas de rua, o gingado do samba, o qual exige desenvoltura do corpo; há