Este trabalho visa investigar como as imagens relativas ao conceito de orbital foram apresentadas por livros de Química Geral voltados para o Ensino Superior ao longo do século XX, especialmente no que diz respeito a aspectos ontológicos e epistemológicos transmitidos por elas. As imagens presentes em 26 livros utilizados no Brasil foram analisadas de acordo com a semiótica peirceana, a fim de avaliar: qual a natureza do orbital; qual a relação entre representação e objeto representado; quais aspectos do objeto são destacados por meio da representação; quais as restrições e potencialidades da representação. Observa-se que essas imagens são entendidas pelos livros, majoritariamente, como representações da densidade de probabilidade máxima e identificadas, principalmente, por superfícies limites, as quais apresentam os orbitais como possuindo tamanhos, formas e natureza direcional bem definidas. Não há, na maioria dos livros, suficientes esclarecimentos sobre o significado de tais imagens, especialmente em relação: ao objeto do qual a representação toma lugar; como as imagens foram produzidas; quais aspectos a representação destaca do objeto; e quais as semelhanças e diferenças entre as diversas imagens relacionadas aos orbitais. As dificuldades para o ensino, decorrentes dos resultados aqui apresentados, podem ser superadas por meio da discussão explícita sobre o manejo e a compreensão das representações, fomentada, por exemplo, pela semiótica peirceana.