“…Por um lado, na enciclopédia da literatura mundial Literatura Świata, Rosa é considerado « [um] renovador da linguagem literária» 3 que, com um «estilo original -ao mesmo tempo experimental e arcaizante [...], criou sua própria versão do realismo mágico» 4 , sendo «autor de um romance monumental e considerado obra--prima -Grande sertão: Veredas» (Kaczorowski, 2007: 300) Como é que se pode explicar, portanto, esta polarização na imagem do autor que, por um lado, costuma ser referido como um dos mais importantes escritores da América Latina, mas que ao mesmo tempo parece ter conseguido apenas uma presença efémera no sistema literário polonês? Por que motivo o autor não conseguiu um reconhecimento comparável, por exemplo, com o sucesso, provado pela quantidade de traduções e repercussões críticas, que teve na França (Faveri, 2009;Aguiar, 2011Aguiar, , 2014, na Alemanha e na Itália (Mendes, 2003) (Charchalis, 2012: 109-110). Todas as traduções das obras rosianas na Polônia foram publicadas na década de 1967 a 1977, ou seja, já depois da primeira onda de interesse internacional pela obra de Rosa (Rónai, 1965: 5).…”