1999
DOI: 10.1590/s1516-44461999000100015
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Luto: estudos sobre a perda na vida adulta

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“…Nos cenários em que ocorre a perda de um ente mais jovem ou antecipadamente, explica Parkes, isso pode ser um ponto-chave para determinar um luto mais complicado e, por conseguinte, permeado de emoções negativas, uma vez vai de encontro às expectativas naturais atreladas à vida humana 37 . Por ser um processo consideravelmente doloroso e guardar relações intrínsecas com a qualidade do cuidado, o conhecimento das estratégias e das fases do luto pode ser importante na definição de mecanismos apropriados de reorganização mental, emocional e até mesmo social 38,39 .…”
Section: Discussionunclassified
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“…Nos cenários em que ocorre a perda de um ente mais jovem ou antecipadamente, explica Parkes, isso pode ser um ponto-chave para determinar um luto mais complicado e, por conseguinte, permeado de emoções negativas, uma vez vai de encontro às expectativas naturais atreladas à vida humana 37 . Por ser um processo consideravelmente doloroso e guardar relações intrínsecas com a qualidade do cuidado, o conhecimento das estratégias e das fases do luto pode ser importante na definição de mecanismos apropriados de reorganização mental, emocional e até mesmo social 38,39 .…”
Section: Discussionunclassified
“…A confirmação desses fatos foi clara no estudo, no qual os participantes associaram a morte com quatro principais sentimentos: tristeza, angústia, medo e saudade, comuns no processo de perda de um ente querido ou de um paciente. Quando a morte ocorre nos âmbitos estudantil e profissional, essa tristeza representa um fator de impotência diante da situação da doença e da morte quando se concretiza, o que somado à falta de preparo tendese a prolongar, como foi revelado pela presente pesquisa 34,36,37 .…”
Section: Discussionunclassified
“…Participaram da pesquisa familiares de pacientes de um Centro de Tratamento da Criança e do Adolescente com Câncer de um hospital no interior do Rio Grande do Sul� Foi estabelecido que os pacientes deveriam ter ido à óbito em um período mínimo de nove meses anteriores à participação dos familiares na pesquisa, pelo fato de se compreender que esse é o período médio para a organização do enlutado (Parkes, 1998)� Os dados referentes aos pacientes e aos familiares, tais como o tempo em relação ao óbito, os nomes e os endereços foram consultados nos prontuários do hospital, os quais foram liberados para consulta após avaliação e aprovação do projeto de pesquisa pelo Comitê de Ética da instituição à qual estava vinculado, recebendo número do CAAE: 44720815�4�0000�5346� Ademais, a pesquisa respeitou todos os princípios éticos conforme a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (Brasil, 2012), vigente na época� Inicialmente, estabeleceu-se que os participantes deveriam proceder da cidade na qual o hospital está localizado. Porém, devido à dificuldade de contato com os familiares e ao baixo número de participantes, ampliou-se esse critério, de forma a abarcar cidades próximas em até 30 km de distância� No total, a pesquisa contou com oito participantes� Esse número deu-se em virtude da impossibilidade dos pesquisadores de ampliar a abrangência de participantes de outras cidades� Dos participantes, quatro eram mães, duas eram tias, uma madrasta e um pai� Com a finalidade de preservar suas identidades, os nomes foram trocados pela letra E, seguida de um número referente à entrevista e da identificação do grau de parentesco com a criança/adolescente.…”
Section: Participantes Da Pesquisaunclassified
“…Somado a isso, o câncer costuma estar vinculado à morte, que, por sua vez, ganha uma conotação de um processo difícil e permeado por sofrimento (Santos et al�, 2018)� Quando o sujeito adoecido é uma criança ou um jovem, as dificuldades em torno dessa experiência se acentuam, pois a doença grave indica a possibilidade de um fim prematuro da vida (Alves et al�, 2016;Karkow et al�, 2015;Mazer-Gonçalves et al�, 2016)� Ademais, no hospital, local onde ocorrem a maior parte das mortes por câncer (Öhlén, Cohen, & Håkanson, 2017), configuram-se questões institucionais que envolvem submissão às normas, que são estranhas à família -tais como horários de visita, de alimentação e higiene -, e às comunicações da equipe, as quais, por vezes, lhes parecem incompreensíveis (Menezes, Passareli, Drude, Santos, & Vale, 2007)� Quando a criança ou o jovem vem a morrer, inicia-se o processo de luto dos familiares cuidadores� Esse luto é considerado um processo de adaptação e representa uma resposta normal à perda de alguém significativo, envolvendo uma sucessão de quadros clínicos que se mesclam e se substituem e que possuem características próprias (Parkes, 1998)� Cabe destacar que, nesses casos, o processo de luto se desenvolve a nível familiar, numa tentativa de restabelecer o equilíbrio em sua dinâmica� Esse processo envolve a construção de um significado para a perda, que abrange a experiência subjetiva de cada membro e as experiências familiares conjuntas, considerando o contexto sociocultural em que se desenvolve (Shapiro, 2001)� Durante esse momento, pais e familiares enlutados necessitam de amparo e acolhimento para que possam dar algum significado a tal evento e buscar novos sentidos para suas vidas, ou seja: para que possam realizar adequadamente o seu trabalho de luto ao vivenciarem o período de pós-morte de seu ente querido (Gonçalves & Bittar, 2016)� Nesse contexto, ressalta-se a importância ao acesso a informações sobre o estado de saúde do familiar, as atitudes compassivas por parte das pessoas do sistema de atendimento (Freitas, Menezes, & Mussi, 2012), o suporte social e familiar e a concepção de que foi ofertado cuidado suficiente para que o ente adoecido não sofresse (Monteiro, Magalhaes, & Machado, 2017)� Ademais, destaca-se a importância do papel da equipe de saúde, pois é preciso que os profissionais sejam treinados não só para os procedimentos técnicos, mas para atendimentos que prezam pelo tempo, escuta e olhar ao outro (Andrade, Costa, Costa, Santos, & Brito, 2017)� Diante disso, a equipe pode funcionar como aliada e auxiliar a família, oferecendo amparo e ajudando-a a identificar recursos mais adequados para a vivência da perda (Salinas, 2011), o que influencia na elaboração do luto pós-morte (Lari, Shimo, Carmona, Moraes, & Campos, 2018). Por outro lado, o modo de cuidar, muitas vezes, ainda está reduzido à perspectiva biológica, por conta do contexto da formação dos profissionais de saúde, que ainda prioriza o viés curativo…”
Section: Introductionunclassified
“…Com mais de 5 milhões de mortes ao redor do globo até o fim de julho de 2021, instaura-se o luto coletivo, que diz da experiência de variados lutos de forma concomitante, intensa e abrupta em determinada população (BOLASÉLL et al, 2020;DAN-TAS et al, 2020), o que contribui com o agravamento da vivência do luto vinculado à experiência da morte. A frustração de expectativas e planos, o desmantelamento do mundo presumido (PARKES, 1998), o abalo de crenças centrais, a perda de sentidos e significados, as alterações drásticas na rotina, o afastamento/rompimento de vínculos, a limitação da autonomia e da liberdade, a restrição das atividades de lazer e do convívio social, a sensação de descontrole e impotência (DANTAS et al, 2020;FOGAÇA, P. C.;AROSSI, G. A.;HIRDES, 2020) constituem traços desta complexa e heterogênea experiência de luto que atingiu a todos, ainda que em maior ou menor grau (BOLASÉLL et al, 2020).…”
Section: Introductionunclassified