Aspectos respiratorios, posturais e vocais da Doença de Parkinson: considerações teóricas

Abstract

TEMA: manifestações respiratórias, posturais e vocais, associadas aos estágios da Doença de Parkinson (DP) e suas possíveis inter-relações. OBJETIVO: revisar a literatura, a fim de descrever as características respiratórias, posturais e vocais associadas aos estágios na DP e suas possíveis inter-relações. CONCLUSÃO: Na DP, a etiologia das manifestações respiratórias é multifatorial, sendo obstrutivas; restritivas; relacionadas à bradicinesia, à rigidez e às alterações posturais; fraqueza da musculatura; anormalidades na musculatura laríngea; interferência da medicação antiparkisoniana. A postura em flexão altera a dinâmica corporal, interferindo nas funções estomatognáticas e na relação tóraco-abdominal. As alterações vocais podem estar presentes desde os estágios iniciais com diminuição dos tempos máximos de fonação e da intensidade vocal; adução glótica incompleta; fendas glóticas; tremor e instabilidade fonatória; perturbações de frequência e de intensidade; e qualidade vocal alterada. Os déficits na força muscular respiratória se refletem no menor suporte respiratório à emissão vocal e, por consequência, na diminuição da intensidade vocal e dos tempos máximos de fonação. Do mesmo modo, a postura em flexão gera desvantagem biomecânica à atividade respiratória, com menor expansão e redução dos volumes pulmonares, e déficit na excursão diafragmática. Os distúrbios respiratórios, posturais e/ou vocais, à medida que a DP evolui, de acordo com os seus estágios, tendem ao maior comprometimento, apresentando efeitos na comunicação verbal e não-verbal.

Centro de força corporal, tempos máximos de fonação e pressão sonora de um grupo de mulheres saudáveis

“…Even though slightly below normal, the mean value of MPT found in the group is not considered suggestive of vocal alteration (2) . Thus, it is observed that even women without vocal or laryngeal alterations may present a slight reduction of MPT and unsatisfactory activation of the respiratory muscles, a component of the BCP, but satisfactory activation of the transverse abdomen.…”

“…When the BCP components act synergistically, they result in better diaphragm performance, resulting in greater airflow, SP and MPT, and may interfere with vocal quality (26) . Authors (2) Authors report that the shortening of the diaphragm and intercostal muscles causes pulmonary volume changes, influencing neither MPT and voice quality, mainly SP.…”

“…The pelvic floor muscles have the function of sustaining the pressure exerted by the abdominal viscera and its contraction increases the intra-abdominal pressure by projecting the diaphragm upwards and favoring expiration for phonation (MPT) e a SP (2,3,5,28) . The BCP muscles are the only active muscles during all movements of the trunk and, when activated satisfactorily, favor postural stability and a more energetic breathing, with effects on the voice (2,3,5,7,28,29) . High yield vocal emission requires more adapted and complex breathing and the lack of respiratory support causes poor vocal projection impairment.…”

“…The sound pressure (SP), measure that depends on complete glottic adduction and control of laryngeal movements is influenced by the increase in subglotal air pressure and expired airflow, as well as the maximum phonation times (MPT), which are related to support/duration of phonation and evaluate the coordination between levels of vocal production (2) . The muscle recruitment is essential for the maintenance of the respiratory system's mechanics that, under pathophysiological conditions in which muscle strength is altered, leads to a decrease in respiratory pressures, chest movement and subglotal air pressure (3,4,5) .…”

“…Parameters such as SP, duration and frequency can also be altered, according to the vocal fold vibration pattern and its interrelationship with the expiratory flow and pressure. The vocal fold resistance, determined by the completeness and strength of its adduction, is fundamental in the control of SP and MPT, being decisive for these variables (2) . No studies were found in the literature that relate BCP to voice production, affirming only theoretically, the relationship between respiratory and glottic levels of vocal production.…”