Pela leitura desse Norturno 3 , fico sabendo, aos pedaços, de forma fragmentária que houve um equívoco político e sórdido afetando em profundidade a vida e obra de Luís Martins. Enojado e paradoxalmente submisso à fatalidade, o escritor deixou que a Lapa morresse, não no bairro de árvores empoeiradas, mas nele mesmo. E minha surpresa é esta: ignorava compactamente a obra de Luís Martins. A abordagem superficial que o Noturno me possibilitou, embora sujeita a erro, dá para a bastante constatação: quem estava perdendo era eu. Seu carioquismo, seu valor humano, sua honestidade intelectual, sua humilde alegria, suas depressões-tudo isso revela em nossa literatura um "caso", cujo segredo precisa ser desvendado e cuja glória precisa ser proclamada.