Homens invisíveis: relatos de uma humilhação social

Career, Class, and Social Reproduction in the Life Stories of Outsourced Cleaners

“…Ambiguity also emerged from the participants' representation of the cleaning activity; although some of them claimed to be proud and appreciative of what they do, some reports referred to the negative social value attributed to this activity, expressed in these women's low self-esteem (Diogo & Maheirie, 2007;Lara et al, 2020) and the experience defined as a form of social invisibility (Gonçalves Filho, 2004). Like the invisible men portrayed by Costa (2004) in a study with garbage collectors in a university environment, the respondents revealed themselves, in some circumstances, as invisible women, victims of a perverse mode of sociability. Such perception is in line with the propositions by Goffman (2019) about the phenomenon of stigmatization, whose cruelest face would reside in its capacity to extend, to the completeness of the discriminated subject, a specific depreciative aspect.…”

Carapina - Um território, duas realidades: narrativas de uma população (in) visível

“…O presente estudo parte das contribuições teóricas de sociólogos urbanos, desde as formulações clássicas de Robert Park sobre a cidade enquanto laboratório social (Valladares, 2018), até os conceitos contemporâneos de enclaves fortificados de Teresa Caldeira (2000) e de invisibilidade pública de Fernando Braga da Costa (2004). Estas teorias oferecem uma lente crítica para entender não apenas a segregação espacial evidente no Carapina, mas também as nuances das interações sociais que se desdobram em sua comunidade, constituindo em multiterritorialidades específicas (Haesbaert, 2004).…”

“…O trabalho de campo revelou não apenas a segregação física e estrutural no bairro, mas também evidenciou um fenômeno mais sutil, mas profundamente impactante: a invisibilidade pública imposta aos moradores. Costa (2004) descreve a invisibilidade pública como um sofrimento político, uma humilhação social aturada por gerações de indivíduos das classes pobres.…”

“…A humilhação social, tal como descrita por Costa (2004), permeia as narrativas dos moradores. A percepção de que o bairro é considerado violento e problemático cria uma estratégia em que os residentes se sentem desconsiderados e desvalorizados.…”

“…A invisibilidade pública não é apenas um fenômeno óptico; é uma construção psíquica e social enraizada em motivações psicossociais e antagonismos de classe, segundo Costa (2004). No contexto do Carapina, essa invisibilidade parece sustentada por percepções estereotipadas e por preconceitos enraizados que obscurecem a humanidade dos moradores.…”