O processo de alcoolização entre os Tenharim das aldeias do rio Marmelos, AM, Brasil

Abstract

O objetivo deste trabalho foi analisar esse processo de alcoolização nas aldeias do Marmelos utilizando o enfoque antropológico. A forma como os Tenharim bebem está relacionada, sobretudo, a um rito de passagem masculino e com regras bem definidas pelas famílias, com seus mecanismos de proteção e controle. Foi possível notar que a alcoolização vem sendo discutida pelos indígenas, mas, com diferenças quanto à definição como um problema ou não, fato que fragmenta as ações desenvolvidas contra a alcoolização problemática. A posição de liminaridade assumida pelos que consomem álcool demonstra a necessidade de fortalecimento social da comunidade.

“Tihik quando bebe Kaxmuk não tem pai, nem mãe, nem irmão”: Percepções sociais das consequências do uso da cachaça no povo indígena Maxakali/MG/Brasil

“…They have now become better understood as a subjective process constructed through socio-cultural contexts 3 , which are experienced intersubjectively by contemporary Tikmũ'ũn ( Figure 2), who share a specific web of meanings [18][19][20][21] . In addition to Schutz 18,19 and Geertz 20,21 , the contributions of Latin American researchers [1][2][3][4][5][6][7][8][9][22][23][24][25] and the ethnographic literature on the Maxakali [9][10][11][12][13][14][15]17 have also guided the data collection and analysis strategies of this research.…”

“…Whether it may be through the ambiguity and superficiality with which all questions of deviant behavior are treated, or through the philosophical aspects and world views used to approach them, this issue needs to be further explored. Among the 305 Brazilian Indigenous peoples, the use of alcoholic beverages, fermented, distilled and / or mixed, is considered a social and public health problem, with negative consequences for their families, their villages and their communities [1][2][3][4][5][6][7][8][9] .…”

“…With the introduction of this distilled drink, especially the use of cachaça (sugarcane liquor) 1,2 which has 3.3 to 10-fold higher alcohol content than fermented fruit or hydromel drinks 10 , Brazilian researchers in this field [1][2][3][4][5][6][7][8][9] seek to understand the conceptions regarding these cultural practices. Those practices involve the apprehension of and the symbolic values towards the consumption of these strong distillates which result in diseases and the marginalization of Indigenous peoples.…”

Processos de alcoolização entre povos indígenas da América Latina

“…O assunto só se torna um problema quando a pessoa bebe sozinho em qualquer momento do dia, apresenta comportamentos agressivos, deixa de realizar as atividades do cotidiano de maneira satisfatória, de prover suas famílias em decorrência de gastos financeiros com a compra dessas bebidas ou se permanece na cidade em estado de embriaguez. Quando essas situações ocorrem, a pessoa é considerada doente e perde o respeito e a posição social perante outros membros 13 .…”

A influência da ingestão de bebida alcoólica e transtornos mentais comuns não psicóticos na pressão arterial dos indígenas Mura

“…Isso porque a presença do álcool nas festividades indígenas e seu consumo revelam que a ingestão está bastante relacionada à integração dos indivíduos na coletividade 209 . Além disso, o fácil acesso às bebidas alcoólicas industrializadas e a sensação de prazer que proporcionam, tornaram-nas bastante apreciadas 210 .…”