Resumo O Brasil se destaca mundialmente na redução do tabagismo devido a suas eficazes políticas de controle. O artigo analisa, por meio de revisão narrativa, a natureza das discussões científicas que embasaram essas políticas públicas, por meio de perspectivas históricas, sociais, sanitárias e econômicas. Ressalta que as medidas associadas a essas questões têm sido marcadas por disputas de interesses entre as indústrias fumageiras e organizações de saúde. Explora temas ligados a publicidade, redução de danos, políticas tributárias e ações de proteção a não fumantes. Aponta para novas determinações sobre a publicidade de tabaco e sugere, por análise comparativa, veto à propaganda de bebidas alcoólicas no país.
Aborda as questões socioculturais que envolvem o uso da folha de coca nas regiões andina e amazônica. O estudo é de natureza teórica, sendo privilegiados artigos científicos e entrevistas com profissionais conceituados em revistas e jornais. Os resultados da pesquisa sugerem que a associação indiscriminada da coca à cocaína e, consequentemente, ao narcotráfico, parte de um preconceito construído historicamente que se sobrepõe às raízes históricas e culturais do uso milenar da planta. Cabe à psicologia, como ciência, romper o silêncio frente às questões indígenas e compreender a dinâmica dos processos socioculturais desses povos para se fazer atuar em espaços que exigem tratamentos diferenciados.
Para alguns povos indígenas da América Latina, o uso de bebidas alcoólicas é anterior à chegada dos colonizadores. Para outros, os contatos interétnicos ao longo da história alteraram profundamente os sentidos e as relações com essas substâncias. O presente artigo revisa a literatura dos últimos anos sobre o consumo de álcool por povos indígenas latino-americanos, compreendendo aspectos históricos, sociais e de saúde a ele associados. Os resultados indicam que o uso precoce de bebidas alcóolicas, a perda de referenciais identitários, mudanças nos modos de vida, proximidade com centros urbanos, êxodo migratório, marginalização e discriminação social são fatores de risco ao consumo prejudicial de álcool entre povos indígenas. Constatou-se ainda uma carência de pesquisas epidemiológicas que prejudicam o dimensionamento de demandas relativas ao uso prejudicial de álcool e dificultam o planejamento e execução dos serviços de saúde.
Resumo Esse trabalho analisa os sentidos atribuídos ao consumo de álcool e às estratégias de cuidado acionadas por um grupo indígena do Rio Grande do Norte, através de uma pesquisa qualitativa envolvendo moradores e lideranças. Os resultados geraram três eixos analíticos: determinantes do consumo de álcool, cenário de atenção à saúde e uso de álcool no contexto da pandemia da Covid-19. Constatou-se que o uso de álcool na comunidade tem sido marcado por movimentos históricos que alteraram os modos de existência e limitaram o acesso às terras tradicionalmente ocupadas. A ingestão de álcool apareceu como fenômeno naturalizado, associado a problemas sociais e de saúde que são agravadas pela desassistência pública percebida pela comunidade.
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