2012
DOI: 10.1590/s1414-32832012005000017
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

À sombra do aborto: o debate social sobre a anticoncepção de emergência na mídia impressa brasileira (2005-2009)

Abstract: Trata-se de pesquisa socioantropológica que discute premissas centrais do debate social sobre a Anticoncepção de Emergência (AE) no Brasil, mediante análise de 131 textos publicados nos jornais Folha de S. Paulo (SP) e O Globo (RJ), de 2005 a 2009, orientada pelos descritores: pílula do dia seguinte, contracepção de emergência e AE. A Igreja Católica e o Ministério da Saúde são os principais interlocutores, identificados por um discurso baseado em metáforas bélicas, consoante à terminologia da saúde pública. O… Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
2
1
1
1

Citation Types

0
1
0
10

Year Published

2014
2014
2018
2018

Publication Types

Select...
7
1

Relationship

2
6

Authors

Journals

citations
Cited by 17 publications
(11 citation statements)
references
References 11 publications
0
1
0
10
Order By: Relevance
“…Entretanto, a grande influência de setores da sociedade mais tradicionais e conservadores, somado a falta de informação, contribui para a percepção equivocada de que a anticoncepção de emergência é abortiva; o que, em última instância, atua como barreira para a implantação do método no País 5,15 . Pesquisa socioantropológica, que analisou textos publicados em jornais sobre o tema, aponta que estes setores e o Ministério da Saúde são os principais interlocutores sobre o assunto, o primeiro contrariamente e o segundo com poucos textos em defesa dos direitos sexuais e reprodutivos 16 . Pesquisa realizada no Brasil, Chile e México, desenvolvida com potenciais usuárias da anticoncepção de emergência (AE), possíveis provedores, formuladores de políticas públicas, autoridades da área de saúde e formadores de opinião no processo da informação e provisão da anticoncepção de emergência, apontou que os participantes brasileiros acreditavam que as barreiras em relação à utilização do AE estariam ligadas mais diretamente a questões pessoais do que políticas.…”
Section: Discussionunclassified
“…Entretanto, a grande influência de setores da sociedade mais tradicionais e conservadores, somado a falta de informação, contribui para a percepção equivocada de que a anticoncepção de emergência é abortiva; o que, em última instância, atua como barreira para a implantação do método no País 5,15 . Pesquisa socioantropológica, que analisou textos publicados em jornais sobre o tema, aponta que estes setores e o Ministério da Saúde são os principais interlocutores sobre o assunto, o primeiro contrariamente e o segundo com poucos textos em defesa dos direitos sexuais e reprodutivos 16 . Pesquisa realizada no Brasil, Chile e México, desenvolvida com potenciais usuárias da anticoncepção de emergência (AE), possíveis provedores, formuladores de políticas públicas, autoridades da área de saúde e formadores de opinião no processo da informação e provisão da anticoncepção de emergência, apontou que os participantes brasileiros acreditavam que as barreiras em relação à utilização do AE estariam ligadas mais diretamente a questões pessoais do que políticas.…”
Section: Discussionunclassified
“…Sob um manto aparente de preocupações sanitárias com a saúde feminina, o que se teme de fato é o pleno exercício sexual entre mulheres, jovens e pobres, que redundaria em "maternidades de risco", tão bem discutidas por Faya Robles (2015). Tal estratégia pode ser percebida em concepções presentes na mídia (Brandão, 2016;Souza;Brandão, 2012), em discursos de especialistas e profi ssionais de saúde e de farmácia que, amparados por mecanismos disciplinares de regulação dos corpos e da sexualidade (Clarke, 1998;Foucault, 1999;Martin, E., 2006), tão caros às instituições de saúde, explicitam em suas práticas profi ssionais -seja nos serviços públicos de saúde ou nos estabelecimentos farmacêuticos -os temores quanto aos perigos ou prejuízos que o medicamento pode trazer às mulheres.…”
Section: Os "Perigos" Da Contracepção De Emergênciaunclassified
“…Também relacionam o uso desse medicamento à "imoralidade", à "promiscuidade", especialmente das mulheres jovens e de estratos sociais populares. A CE é ainda concebida nas representações mais amplas como uma "bomba hormonal", identificada como um medicamento "perigoso" para a saúde da mulher (Rozana A. SOUZA, BRANDÃO, 2012).…”
Section: Introdução Introdução Introdução Introdução Introduçãounclassified
“…Além disso, devido à pressão dos defensores da CE que argumentam sobre a necessidade de redução das taxas de gravidez precoce, imprevista e aborto, alguns países europeus e da América do Norte adotaram a política favorável ao acesso à CE pelas farmácias, com ou sem o aconselhamento em sexualidade e saúde reprodutiva nesse contexto. Nesses casos, a venda da CE pode ocorrer dentro (behind the counter) ou fora do balcão, disponível nas gôndolas da drogaria (over the counter) (Sabrina P. PAIVA, BRANDÃO, 2012 ROMANO-LIEBER, 2009, p. 7-18).…”
Section: Introdução Introdução Introdução Introdução Introduçãounclassified