Alcoolismo: representações sociais elaboradas por alcoolistas em tratamento e por seus familiares

Abstract

Apresentam-se e analisam-se os resultados de uma pesquisa qualitativa cujo objetivo principal foi comparar as representações sociais sobre o alcoolismo elaboradas por alcoolistas em tratamento no Centro de Recuperação Fazenda do Sol, Campina Grande/PB, com as de seus familiares. Foram realizadas 12 entrevistas semi-estruturadas seis com alcoolistas e seis com familiares as quais foram submetidas à análise temática proposta por Bardin. De modo geral, os entrevistados representaram o alcoolismo como uma doença e, para recuperar-se dela, o indivíduo necessita de ajuda. Ressaltam-se, ainda, representações do alcoolismo como algo que provoca perdas; como o ato de beber em excesso; como uma dependência hereditária; um castigo e algo do demônio. No que se refere aos fatores que os levaram à dependência química, a maioria dos entrevistados atribui a dependência a problemas vividos na família e às amizades.

A formação dos médicos de Saúde da Família no interior da Amazônia sobre a problemática do abuso de álcool

“…A estigmatização do paciente alcoolista é uma observação interessante, no contexto da abordagem destes médicos na ESF. O discurso corrobora para o indício de falta de formação específica na temática, inclusive com a utilização de termos estigmatizados, e outros aspectos apresentados, em muito semelhantes às representações sociais do alcoolista para familiares e para a sociedade (17)(18)(19)(20) . Estas representações são díspares com a postura de profissionais que apresentem visão ampliada do processo saúde-doença.…”

Vulnerabilidade, família e o uso de drogas

“…A disfunção para o sujeito que faz o uso e para a família ocorre ao longo do tempo e o ritmo das modificações ocasionadas pelo uso do álcool varia de acordo com cada família (Krestan & Bepko, 2011). Em muitos casos, a substância psicoativa já faz parte do cotidiano da família o que tende a favorecer o uso produzindo um padrão de repetição no sistema familiar (Tondowski, Feijó, Silva, Gebara, Sanchez, & Noto, 2014;Marques & Mângia, 2013;Souza & Carvalho, 2012;Orth & Moré, 2008;Santos & Velôso, 2008). Por outro lado, em muitos casos, a família é fonte de recurso e auxílio no tratamento (Rêgo, 2012).…”

Repercussão dos efeitos da assistência fisioterapêutica em um serviço de recuperação de dependentes quí­micos

“…o binômio família e trabalho/serviço foi o mais relatado pelos indivíduos entrevistados. Santos e Veloso [24] reforçam a ideia de que o alcoolismo destrói não só o próprio alcoolista, mas também a relação familiar, ressaltando assim as rupturas que são geradas na família.…”