A inserção das mulheres em organizações brasileiras de segurança pública vem ocorrendo desde a década de 1955, quando a polícia militar de São Paulo, de forma pioneira, contratou mulheres para seus quadros. Este movimento se intensificou na década de 1980, coincidindo-se com a ocorrência de diversos incidentes críticos (greves de policiais, aumento das estatísticas de criminalidade, acusações de violência na forma de ação dos policiais) que, segundo Calazans (2004), produziu uma espécie de crise institucional que de certo modo refletia as alterações nas formas de organização de trabalho e os movimentos de mudança articulados no âmbito das sociedades contemporâneas, em particular da brasileira. Para a autora, o trabalho nas organizações de segurança, até então, era exercido predominante por uma força de trabalho masculina.