Prevalência e fatores associados ao consumo abusivo e à dependência de álcool

Abstract

O objetivo deste estudo é estimar a prevalência do consumo abusivo e da dependência de bebidas alcoólicas e os respectivos fatores associados em população urbana de um município do interior do Nordeste brasileiro. Estudo transversal de base populacional que investigou o consumo de bebidas alcoólicas em 270 indivíduos residentes na zona urbana de Jequié (BA). O uso abusivo de álcool, definido por uma pontuação > 8 a partir das respostas ao Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT). A dependência de álcool foi identificada por pontuação > 2 obtida na aplicação do Cut-down, Annoyed by criticism, Guilty e Eye-opener (CAGE). Análise utilizou o modelo de regressão logística. A prevalência do uso abusivo de bebidas alcoólicas foi de 18,5. Para a dependência de álcool, 10,4%. Após análise ajustada, os grupos que apresentaram maior uso abusivo de bebidas alcoólicas foram os homens (OR = 5,56) e os jovens (OR = 5,41). Professar crença evangélica apresentou associação inversa com o uso abusivo de álcool (OR = 0,04). Estabeleceu-se associação entre o uso abusivo de bebidas alcoólicas e a faixa etária jovem, gênero masculino, e tabagismo, ao passo que associação inversa deste desfecho com crença religiosa evangélica.

Fatores associados ao consumo de álcool entre trabalhadores públicos da manutenção

“…(13,25) The relationship between workers with a lower risk of consumption and more years of schooling corroborates some previous studies and diverges from others due to differences between the studied populations (men/women; adults/youths; unemployed workers/students, among others) and the categories used to identify schooling among individuals. (28,29,32) In this study, 27.8% of participants had eight years of schooling or less. This result may be the consequence of the greater stability of public university workers in general and the fact that higher education does not imply career progression in some positions.…”

“…(31) The culture of male domination and the association of alcohol with leisure and relaxation greatly influence the maintenance of this pattern of consumption. (31,32) Moreover, the profile of the analyzed sample is mostly male (93%), and this result may reflect the cultural assumption that maintenance work is mostly masculine. This finding was also identified in previous studies.…”

Consumo de álcool em residentes do Assentamento Rural Olga Benário, Brasil Central

“…Sob essa perspectiva, o álcool apresenta-se como substância de abuso mais utilizada no mundo, especialmente em adultos, o que se justifica pela liberação e amplo estímulo social, com intensa busca da associação do consumo ao prazer e pertencimento a grupos sociais 4 . Este estudo apontou elevada prevalência do uso nocivo de álcool (20,14%) nos indivíduos pesquisados, dado superior ao encontrado em assentamentos localizados no Rio Grande do Norte (13,56%) e Piauí (9,98%) 1 e em zonas urbanas com 18,5% 4 e 16,4% 9 .…”

“…Considerando a ascensão do uso de substâncias psicoativas e partindo do princípio de que o álcool pode ser associado ao consumo destas, faz-se necessário prevenir em nível primário a experimentação precoce da qual decorrem comorbidades referentes à dependência etílica. Nesse contexto, diversos agravos e patologias são relacionados ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas, tais como cirrose, hemorragia digestiva, intoxicações, câncer, suicídios, homicídios, violência doméstica, perda de emprego, ocorrência de acidentes automobilísticos, com incalculáveis prejuízos econômicos ao país [2][3][4] . Em 2014, a World Health Organization estimou que no mundo 50,1% dos adultos fazem uso de bebidas alcoólicas 5 .…”

“…Assim, o início do consumo de álcool constitui-se em uma combinação complexa de influências emocionais, cognitivas, genéticas, farmacológicas, constitucionais e de desenvolvimento ontogênico 3 . O consumo de bebidas alcoólicas centrase com magnitude em algumas populações, como indivíduos de baixa escolaridade, renda e status socioeconômico 4,9 . Neste contexto, os residentes de assentamentos rurais constituem uma população vulnerável para uso da referida substância.…”