A relação interpessoal entre profissionais de saúde e adolescente gestante: distanciamentos e aproximações de uma prática integral e humanizada

Abstract

Este estudo apresenta uma análise sobre as relações entre profissionais de saúde e adolescentes gestantes nos espaços do programa de pré-natal de uma maternidade pública do município do Rio de Janeiro. Trata-se de investigação de cunho qualitativo apoiada na vertente interpretativa, tendo como referencial teórico a integralidade e a humanização do cuidado em suas dimensões relacionais. Com base em duas temáticas previamente definidas - interação entre os sujeitos e dimensão educativa das práticas em saúde - foram observados 22 atendimentos individuais e em grupo, com a participação de 31 adolescentes gestantes, 5 profissionais de saúde e 2 estagiárias de nutrição. A interpretação dos dados, orientada pela análise de conteúdo fez emergir cinco categorias. Os resultados apontam a interferência negativa da predominância da dimensão biomédica na percepção dos profissionais de saúde sobre os aspectos psicossocioculturais da gestação na adolescência. Foi observado o não aproveitamento da consulta como espaço privilegiado de construção de significados coletivos e individuais sobre a gestação e a maternidade na adolescência, mas há no contexto estudado profissionais sensibilizados para uma ampliação da visão sobre as necessidades da adolescente gestante.

Grupo de gestantes adolescentes: contribuições para o cuidado no pré-natal

“…Thus, health professionals must be able to listen to the reports of these young mothers and guide the discussion in an unbiased way (12). Therefore, it is through attentive listening to the reports of these pregnant teenagers that a bond is established as well as collaboration to help these youngsters and their families cope with the issues of teenage pregnancy (7).…”

“…The possible ways in which nurses may improve prenatal care include their availability and responsibilities towards the target population in basic care, which should favor a closer interaction and the establishment of bonds with pregnant teenagers (7). Moreover, the expertise of nurses encourages the delivery of humanized and comprehensive care through care and educational practices that promote the health of pregnant women and the prevention of obstetric and neonatal disorders (13).…”

“…Other studies also report the persistence of the biomedical paradigm in prenatal care practices, with the implementation of traditional lecture-based educational activities merely aimed to convey information and make recommendations that are not consistent with the reality and do not meet the specific needs of the target population (5)(6). The lack of a space for active communication and interaction between health professionals and pregnant women creates obstacles to the development of appropriate prenatal care (7). Some authors claim that the bonds established in prenatal care may provide sufficient confidence to maintain the care cycle during child-care consultations (13).…”

“…The exchange of experiences between individuals who face a common situation empowers he subjects through the mutual process of teaching and learning (7,9,12) . This strategy has been incorporated into the activities of the pregnant women's groups and was well received by the participants.…”

“…However, prenatal consultations do not provide an opportunity for these young mothers to interact with their peers and learn from their experiences (6). Although the group of pregnant women is considered a strategy that provides a space for health education, the traditional lecture-based instruction method, which is mainly a oneway method of communication is still prevalent (6)(7). Therefore, educational activities that stimulate the empowerment of pregnant women, through a mutual process of teaching and learning that encourages interaction and promotes the exchange of experiences among the peers is recommended (3, 6 7).…”