OBJETIVO: Identificar associação entre estado nutricional pré-gestacional, ganho ponderal materno e condições do pré-natal com os desfechos prematuridade e baixo peso ao nascer (BPN) em filhos de mães adolescentes. MÉTODOS: Estudo transversal com 542 pares de puérperas adolescentes e conceptos atendidos em uma maternidade pública do município do Rio de Janeiro (RJ). Os dados foram coletados em prontuários. Para verificar a associação entre as variáveis independentes e os desfechos estudados, foram estimados a odds ratio (OR) e o intervalo de confiança (IC) de 95%. RESULTADOS: Quanto ao estado nutricional pré-gestacional das adolescentes, 87% apresentavam eutrofia, 1% baixo peso, 10% sobrepeso e 2% obesidade. A inadequação do ganho de peso gestacional total (72%) superou a adequação (28%). O peso ao nascer foi favorecido com maior ganho de peso gestacional e reduzido com início tardio do pré-natal (PN). A comparação entre os grupos de conceptos com baixo peso e com peso adequado ao nascer revelou diferenças significativas entre as médias das variáveis: intervalo entre a última gestação e a atual (p = 0,022); peso pré-gestacional (p = 0,018); índice de massa corporal pré-gestacional (p < 0,001) e ganho de peso gestacional total (p = 0,047). As chances de BPN (OR 2,70; IC 95% 1,45 - 5,06) e de prematuridade (OR 5,82; IC 95% 3,10 - 10,92) reduziram quando a adolescente recebeu 6 ou mais consultas de PN. CONCLUSÃO: O peso ao nascer foi relacionado ao intervalo intergestacional, ao peso pré-gestacional e ao índice de massa corporal pré-gestacional. A frequência mínima de 6 consultas de assistência pré-natal constituiu-se em fator de proteção contra o BPN e a prematuridade.
OBJETIVOS: estimar a prevalência de anemia em crianças matriculadas em creches municipais do Rio de Janeiro e identificar os subgrupos de maior risco. MÉTODOS: foram avaliadas 865 crianças. A hemoglobina (Hb) foi dosada em fotômetro portátil (HemoCue) e a anemia foi definida quando Hb <11g/dL e <9,5g/dL para maiores e menores de seis meses, respectivamente. Foram obtidas informações biológicas e socioeconômicas através de questionários aplicados às mães. RESULTADOS: A prevalência de anemia foi de 47,3%. As crianças anêmicas apresentaram médias de z escore de peso para a idade (-0,239) e a altura para a idade (-0,548) mais baixas do que as não-anêmicas. O risco de anemia foi maior para as crianças com idade abaixo de dois anos (razão de prevalência [RP]=1,73; intervalo de confiança [IC95%: 1,52-1,97), para as que tinham pais com menos de quatro anos de estudo (RP=1,57; IC95%:1,24-1,99) e moravam em domicílios com mais de oito moradores (RP=1,45; IC95%:,1,07-1,95). . CONCLUSÕES: a prevalência de anemia foi elevada. As crianças com mais baixo peso e estatura para a idade, menores de dois anos, que moravam em residências com número elevado de pessoas e que tinham pais com baixa escolaridade foram as mais vulneráveis à anemia, devendo ser alvo de políticas de controle e prevenção.
O objetivo do estudo foi avaliar a assistência pré-natal em uma maternidade pública segundo a perspectiva de puérperas e profissionais de saúde. Trata-se de um estudo qualitativo, no qual participaram 19 puérperas e 6 profissionais de saúde. Foram aplicadas as técnicas da entrevista semiestruturada com as puérperas e de grupo focal com os profissionais. A análise do discurso dos participantes teve como referencial metodológico a Hermenêutica de Profundidade. Os principais resultados evidenciaram o enaltecimento do profissional de saúde por parte das usuárias. Segundo os profissionais, as gestantes apresentavam um conhecimento "errado" sobre saúde durante a gravidez. Sobre o atendimento na Nutrição, as puérperas destacaram a possibilidade de diálogo, e o apoio e o incentivo recebidos durante as consultas. Concluindo, a educação em saúde no pré-natal deve levar em consideração que cada mulher é um sujeito único e que carrega consigo sua própria cultura. A formação do vínculo torna-se crucial para o maior envolvimento da gestante nas questões relacionadas à sua saúde.
Trata-se de um ensaio clínico comunitário, duplo-cego, controlado por placebo. Durante 16 semanas, as crianças do grupo intervenção (GI, n = 180) receberam arroz fortificado com ferro, e as do grupo controle (GC, n = 174) receberam arroz com placebo. Considerou-se presença de anemia quando hemoglobina < 11,0g/dL. A comparação da variação média na hemoglobina intergrupos, ajustada por idade e uso de outros suplementos de ferro, foi feita pelo teste t de Student. A concentração de hemoglobina aumentou em ambos os grupos, com incremento médio de 0,42g/dL no GI (11,28±1,23g/dL para 11,75±1,16g/dL; p < 0,001) e de 0,49g/dL no GC (11,06±1,13g/dL para 11,51±1,16g/dL; p < 0,001). A freqüência de anemia reduziu (p < 0,01) em ambos os grupos (37,8% para 23,3% em GI e 45,4% para 33,3% em GC), sem diferença entre os mesmos. As crianças que receberam quantidade total de ferro > 53,76mg pelo arroz fortificado tiveram maior aumento na hemoglobina do que aquelas que receberam quantidades inferiores (0,94g/dL vs. 0,39g/dL; p = 0,03). Sugere-se que esse tipo de intervenção pode ser útil no controle da anemia quando o consumo do alimento fortificado é adequado.
This study aimed to identify the determinants of low birth weight (LBW) amongst children of adolescent mothers through a hierarchical approach in a cross-sectional study of 751 adolescents attended at a public hospital in Rio de Janeiro. Sociodemographic data, prenatal care, and biological and maternal obstetric conditions were analyzed. Possible determinants of LBW were identified in the bivariate analysis and then hierarchical logistic regression models were tested, considering as taggered hierarchy of distal, intermediate, and proximal levels. Variables with p < 0.05 at each level of analysis were kept in the model, and the adjusted odds ratio (OR) and 95% confidence interval (CI) were estimated. The prevalence of low birth weight was 10%. The determinants of LBW were: distal level - non-acceptance of pregnancy (OR = 10.19, 95% CI = 1.09 to 39.53); intermediate level - having fewer than six prenatal consultations (OR = 4.29; 95% CI = 1.55 to 11.83) and not having standardized nutritional care (OR = 3.18; 95% CI = 1.18 to 8.55); and proximal level - preterm delivery (OR = 10.19, 95% CI = 2.12 to 49.01). The determinants of LBW were maternal characteristics, prenatal care, and birth conditions, which contain certain modifiable social characteristics.
BackgroundTo evaluate the association between fasting glucose levels in women throughout pregnancy and the occurrence of gestational diabetes mellitus (GDM) and other pregnancy complications, macrosomia, and cesarean delivery.MethodsAn analytical cross-sectional study with 829 healthy pregnant women receiving health care at a public maternity unit in Rio de Janeiro between 1999 and 2008. The dependent variables assessed in the study were: GDM (was confirmed when two or more values were above the glucose curve using 100 g glucose), complications, mode of delivery and birth weight. Macrosomia was defined as a birth weight of >4000 g. The independent variables assessed were: maternal fasting glucose per trimester as a continuous variable, divided into three categories, socio-demographic data on the mothers. The level of statistical significance was set at 5%.ResultsThe mean fasting glucose levels of the women who had GDM were higher in the second trimester than for those who had no pregnancy complications (90.5 mg/dL vs. 78.5 mg/dL, p = 0.000). Higher mean fasting glucose levels were also found in the third trimester for women who developed GDM than for those with no pregnancy complications (90 mg/dL vs. 77.8 mg/dL, p = 0.016). Women who had a cesarean delivery had higher fasting glucose levels in the second (80.4 mg/dL vs. 78 mg/dL, post hoc = 0.034) and third (80.4 mg/dL and 77.1 mg/dL; post hoc = 0.005) trimesters than women who had a normal delivery. Also, higher fasting glucose levels were found in the second semester for women whose infants had macrosomia than for women whose newborns were normal weight (86.2 mg/dL and 78.8 mg/dL; post hoc = 0.003). The chance of develop GDM was higher for the women with glucose levels in the 90–94 mg/dL range in the second trimester (OR = 7.2; 95% CI = 2.33-22.24) than for the women whose glucose levels were in the <80 mg/dL and 80-90 mg/dL ranges.ConclusionSecond and third trimester fasting glucose levels below the cut-off values for the diagnosis of GDM are associated with an increased risk of pregnancy complications. The dependent variables assessed in the study were: GDM (present/absent), complications, mode of delivery (normal, forceps, cesarean), and birth weight.
ABSTRACT:Objective: To evaluate the performance of various anthropometric evaluation methods for adolescent pregnant women in the prediction of birth weight. Methods: It is a cross-sectional study including 826 adolescent pregnant women. In the pre-pregnancy body mass index (BMI) classification, the recommendations of the World Health Organization were compared with that of the Brazilian Ministry of Health and the Institute of Medicine (IOM) of 1992 and 2006. The gestational weight gain adequacy was evaluated according to the classification of IOM of 1992, of 2006 and of the Brazilian Ministry of Health. The newborns were classified as low birth weight (LBW) or macrosomic. Multinomial logistic regression was used for statistical analysis and sensibility, specificity, accuracy, positive and negative predictive values were calculated. Results: The evaluation, according to the Brazilian Ministry of Health, showed the best prediction for LBW among pregnant women with low weight gain (specificity = 69.5%). The evaluation according to the IOM of 1992 showed the best prediction for macrosomia among pregnant women with high weight gain (specificity = 50.0%). The adequacy of weight gain according to the IOM of 1992 classification showed the best prediction for LBW (OR = 3.84;, followed by the method of the Brazilian Ministry of Health (OR = 2.88, 95%CI 1.73 -4.79), among pregnant women with low weight gain. Conclusion: It is recommended the adoption of the Brazilian Ministry of Health proposal, associated with BMI cut-offs specific for adolescents as an anthropometric assessment method for adolescent pregnant women.
Este estudo apresenta uma análise sobre as relações entre profissionais de saúde e adolescentes gestantes nos espaços do programa de pré-natal de uma maternidade pública do município do Rio de Janeiro. Trata-se de investigação de cunho qualitativo apoiada na vertente interpretativa, tendo como referencial teórico a integralidade e a humanização do cuidado em suas dimensões relacionais. Com base em duas temáticas previamente definidas - interação entre os sujeitos e dimensão educativa das práticas em saúde - foram observados 22 atendimentos individuais e em grupo, com a participação de 31 adolescentes gestantes, 5 profissionais de saúde e 2 estagiárias de nutrição. A interpretação dos dados, orientada pela análise de conteúdo fez emergir cinco categorias. Os resultados apontam a interferência negativa da predominância da dimensão biomédica na percepção dos profissionais de saúde sobre os aspectos psicossocioculturais da gestação na adolescência. Foi observado o não aproveitamento da consulta como espaço privilegiado de construção de significados coletivos e individuais sobre a gestação e a maternidade na adolescência, mas há no contexto estudado profissionais sensibilizados para uma ampliação da visão sobre as necessidades da adolescente gestante.
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