Institucionalizando a prática de avaliação em saúde: significado e limites

Módulo específico de avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde para crianças e adolescentes que vivem com deficiência auditiva - ViDA

“…Isso ocorre não apenas devido à falta de tradição em avaliar, mas também devido a pouca compreensão dos atores da saúde sobre a aplicabilidade desta ferramenta 130 . Observa-se maior consolidação desta prática na atenção básica, provavelmente devido ao esforço de reorganização do sistema por meio das ações concretizadas por esse nível de atenção 131 .…”

“…A avaliação não deve se transformar em um mero rito de cumprimento de tarefas, uma estratégia de gestão sem fundamento. Ela é um instrumento importante de mudança para a melhoria na prestação de cuidados131,132 .A legitimação do processo de avaliação com os envolvidos é que permite que ele se torne relevante e, portanto, conquiste espaço e confiança na instituição. Mesmo assim, é preciso ter claro que os diferentes atores envolvidos podem ter julgamentos diferentes da realidade, o que não os impede de ser posicionarem e contribuírem no campo individual e coletivo, para a transformação da realidade, num ciclo descrito por Deming (apud Pisco)121,128,129,132 .Ao avaliar, analisam-se sistematicamente as informações cientificamente válidas e socialmente legítimas que permitam identificar, medir e comparar uma situação específica reconhecida como problema.Considerando-se o contexto, a avaliação deve contemplar a dimensão normativa, que realiza o julgamento sobre uma intervenção, comparando os recursos empregados e sua organização (estrutura), os serviços ou bens produzidos (processos) e os resultados obtidos, por meio de critérios e normas bem definidos.…”

“…É, ao mesmo tempo, um processo de aprendizagem, de convivência, de respeito e de controle social. O grande desafio está em desenvolver um processo que enfatize o aprendizado e a mudança e não um julgamento de valor sintético, de definição do que é bom ou mau130 .Especificamente no campo da saúde, a avaliação é útil para orientar o processo de tomada de decisão, sob diferentes pontos de vista, direcionar ou redirecionar as ações e objetivos no sentido de monitorar a capacidade dos serviços e ações em responder às necessidades dos usuários, conhecer os meios e condições e acompanhar os resultados e impactos de intervenções, julgar a eficiência e a eficácia das ações, identificar e corrigir problemas, produzir recomendações a partir das dificuldades e obstáculos detectados, prestar contas e retroalimentar equipes de saúde, gestores, políticos e comunidades131,134 .A mensuração da QV se encontra no componente de resultado, pois se caracteriza como uma forma de dar voz aos usuários dos serviços sobre o atendimento recebido e a sua satisfação em relação aos benefícios conquistados70,135 .No entanto, a introdução de estratégias de avaliação estranhas à nossa realidade, importados de experiências e culturas diversas pode gerar uma aculturação130 . Essa deve ser superada por meio da adoção de estratégias claras e reconhecidas de adaptação transcultural e da contraposição das propostas internacionais com os princípios e diretrizes da política doSUS.A inclusão do usuário como ator do processo de avaliação, no qual possui espaço para se colocar enquanto conhecedor da realidade envolvida no processo de saúde e doença e como receptor do cuidado em saúde, deve ser sempre incorporada no cotidiano da gestão para auxiliar a tomada de decisões.As primeiras ações voltadas para avaliar os serviços de saúde auditiva, aconteceram por meio das auditorias pelos gestores (aqui representados pela Área Técnica da Pessoa com Deficiência ou Gerência de Avaliação e Controle), acompanhados por fiscais Sistema Conselhos de Fonoaudiologia, caracterizando a avaliação por pares.…”

O uso dos sistemas de informação como ferramenta para a tomada de decisão pela gestão da saúde em municípios do sul da Bahia

“…Trata-se de uma área temática com grande complexidade, pois há momentos em que faltam conhecimentos para o processo decisório, outros em que há conhecimentos suficientes, mas as decisões são adiadas e, ainda existem aqueles em que as decisões são necessárias mesmo diante de escassas evidências. Barreto (2004) apud Paim;Teixeira (2006) Desse modo, ao tratar de políticas de saúde, a questão que emerge é o processo de tomada de decisões por parte do Estado, ou seja, daqueles grupos que detêm o poder em determinado contexto histórico e constituem-se nos governos, frente a uma gama de possibilidades de escolhas alternativas que podem deflagrar perdas e ganhos para diferentes grupos sociais. Contudo, não podemos perder de vista que ao Estado cabe, sempre, orientar suas decisões para o bem comum da sociedade (COHN, 2006).…”

“…Presentemente, tem chamado atenção o crescimento dos estudos na área de informação gerencial e comunicação em saúde, na medida em que respondem aos desafios colocados aos gestores pelo avanço tecnológico propiciado pelo uso da informática, das telecomunicações e da Internet nas práticas de saúde (PAIM; TEIXEIRA, 2006).…”