“…Além disso, nessa temporalidade, muitos fatores decorrentes de condições externas, de circunstâncias das vidas dos sujeitos, adoeciam os corpos, como alimentação precária, condição sanitária, situação de trabalho, clima, acidentes, comportamento nos divertimentos, sevícias e magia (Nogueira, 2016;Dias, 2011;Rosa, 2005), contrapondo a concepção de doença como algo natural, ou seja, como uma "indisposição natural, alteração do temperamento, que ofende imediatamente alguma parte do corpo" (Bluteau, 1712, p.279). E a violência, coletiva e interpessoal, presente em todos os estratos sociais (Oliveira, 2014;Vellasco, 2005) e em vilas, freguesias e outras paragens, bem como serras, caminhos e sertões de Minas durante todo o século XVIII e ainda no XIX (Costa, 2012;Anastasia, 2005;Rosa, 2005;Vellasco, 2005), também fragilizava ou enfraquecia os corpos, uma vez que, em contendas, conflitos, delitos, bulhas, roubos e brigas, eles eram atacados, violados e golpeados, ocasionando lesões corporais e, por vezes, óbito.…”