“…Com a obrigatoriedade do ensino básico e a consequente ampliação progressiva de matrículas, a escola pública passa a receber milhares de jovens de diferentes lugares e condições socioeconômicas. Apontando para esse resultado, Oliveira (2007) argumenta que, com a expansão do acesso, a realidade educacional brasileira passa por uma mudança de qualidade na dinâmica das contradições educacionais (OLIVEIRA, 2007), pois, se, por um lado, houve uma redução na desigualdade de acesso à escola, por outro podem ser observadas (re)produções de desigualdades nas dinâmicas internas das relações entre indivíduo/aluno, família e escola (LAREAU, 2007;NOGUEIRA, 2011;ALVES et al, 2013;NOGUEIRA;RESENDE;VIANA, 2015), pela condição socioeconômica dos estudantes (ALVES; SOARES; XAVIER, 2014), pela identidade étnico-racial (ALVES; SOARES, 2002;CASTRO;ABRAMOVAY, 2006), pelo gênero (ALVES, 2020), nas dinâmicas externas das relações entre escola e territorialidade (BURGOS, 2008;RIBEIRO;KOSLINSKI, 2009;RIBEIRO, 2014;ALMEIDA, 2017;CARVALHO et al, 2020;ERNICA;RODRIGUES, 2020), entre outros fatores. É fundamental, portanto, abrir a caixa-preta escolar para compreender a distribuição de habilidades, as trajetórias e os condicionantes do "sucesso" ou "fracasso" escolar.…”