“…Ora, o duplo pena-perigo, quando experimentado nos afetos de piedade e medo, pode conduzir ao sofrimento dos outros (FASSIN, 2012;KOPPER, 2014) e, paradoxalmente, ao sofrimento próprio. Se conduzido para a empatia com o "pobre", o "vulnerável", reduz o "outro" à condição de vítima (da pobreza ou da natureza, por exemplo), negando-lhe outras formas de reconhecimento; se, pelo medo, impele à autopreservação, ao medo da "violência" e ao aniquilamento do outro (o "estrangeiro", o "criminoso", o "selvagem").…”