“…Deve-se identificar a origem da alma da criança para identificar a qualidade da comunicação entre as divindades e a João (2011) dedicam-se a entender a produção de corpos e alteridades kaiowá e guarani a partir de diferentes perspectivas: a primeira sobre as relações entre corpos, saberes e habilidades, enquanto o segundo dedica-se a demonstrar as analogias e transformações sociocosmológicas entre pessoas e plantas no canto-reza para o milho branco -avatimorõti. A questão central observada a partir dos autores é que, na produção de corpos e da socialidade ameríndia, não se sustentam divisores que tendem a segregar aspectos relacionados às artes do bem viver e da coletividade, das questões que envolvem os riscos da predação e da guerra, como bem apontaMcCallum (2013). O que sugerimos é que entre os Kaiowa e Guarani tais questões estão intimamente próximas e a ênfase na descrição opera imagens do tipo como Garrafas de Klein ou Fita de Moëbius, tomando de como transformações, que, assim como a produção de pessoas, pode transformar ou destruir seus corpos, e o cuidado com as potências divinas (ñe'e) demandam que o núcleo familiar, mais especificamente os co-residentes, empenhe-se em garantir que tais situações sejam atenuadas, prevalecendo as lógicas de socialidade do teko porá e da vida entre parentes, entendidas no quePereira (2002) identificou como fogo doméstico.…”