2012
DOI: 10.1590/s0104-87752012000100012
|View full text |Cite
|
Sign up to set email alerts
|

Doenças de feitiço: as Minas setecentistas e o imaginário das doenças

Abstract: O presente artigo objetiva discutir a crença e o consenso em torno da ideia partilhada, entre aqueles que viveram nas Minas no curso do século XVIII, de que determinados indivíduos poderiam, por meio de feitiços, provocar uma série de males. Assim, as doenças de feitiço, conforme aparecem na documentação compulsada, pareciam bastante assíduas. Procurei igualmente analisar como eram descritos tais achaques provocados pelos feitiços: tolhimentos, dores, ligamentos, dentre outros. Estes se faziam presentes tanto … Show more

Help me understand this report

Search citation statements

Order By: Relevance

Paper Sections

Select...
1
1

Citation Types

0
0
0
2

Year Published

2018
2018
2018
2018

Publication Types

Select...
2

Relationship

0
2

Authors

Journals

citations
Cited by 2 publications
(2 citation statements)
references
References 1 publication
0
0
0
2
Order By: Relevance
“…Entre 1684 e 1685, onze dos escravos de André Gomes de Medina, pai de Maria Cabral (para quem Simão trabalhava como lavrador), morreram de forma misteriosa, de doenças desconhecidas. Diante de tamanha sucessão de tragédias, suspeitava-se de feitiços, diagnóstico corriqueiro na cultura luso-americana da época (RIBEIRO, 2003;NOGUEIRA, 2012). É provável que as mortes tivessem causado uma atmosfera de indignação e terror entre os escravos de André de Medina.…”
Section: O Calundu De Gráciaunclassified
“…Entre 1684 e 1685, onze dos escravos de André Gomes de Medina, pai de Maria Cabral (para quem Simão trabalhava como lavrador), morreram de forma misteriosa, de doenças desconhecidas. Diante de tamanha sucessão de tragédias, suspeitava-se de feitiços, diagnóstico corriqueiro na cultura luso-americana da época (RIBEIRO, 2003;NOGUEIRA, 2012). É provável que as mortes tivessem causado uma atmosfera de indignação e terror entre os escravos de André de Medina.…”
Section: O Calundu De Gráciaunclassified
“…Os calunduzeiros participavam de um amplo mercado de agentes terapêuticos da sociedade colonial, que incluía médicos diplomados, cirurgiões licenciados e ilegais, sangradores, curandeiros e exorcistas (Ribeiro, 2003), sendo frequentemente procurados pelos doentes após experiências infrutíferas com outros tratamentos. Os calundus eram percebidos através das lentes de um universo cultural em que era ubíqua, mesmo entre aqueles com formação médica, a noção de que as doenças podiam ser causadas por feitiços (Nogueira, 2012), demandando, para a cura, intervenções espirituais como aquelas que os calunduzeiros ofereciam. Sendo assim, é razoável supor que boa parte dos clientes de um(a) calunduzeiro(a) não sentisse que sua ancestralidade estivesse especialmente implicada em suas aflições.…”
Section: Doença E Ancestralidade Em Angola E Na América Portuguesaunclassified