Introdução: uma pesquisa dissidente em Belém Este artigo, baseado na etnografia urbana desenvolvida na cidade de Belém 1 ,insere-se nos atuais estudos sobre gênero e sexualidade. Trata das relações estabelecidas entre lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) no interior do circuito 2 GLS (de gays, lésbicas e simpatizantes) da capital paraense, com ênfase nas formas de sociabilidade e "modos de viver" os gêneros e sexualidades dissidentes. O recorte empírico inclui mulheres e homens LGBTs com idades entre 22 e 30 anos e residentes da Região Metropolitana de Belém. As entrevistas, num total de sete 3 , com o intuito de abranger a maior diversidade sociocultural possível, tiveram como foco principal as histórias de vida, com referência às trajetórias afetivo-sexuais e os trajetos desenvolvidos no interior do circuito na cidade. Os espaços de sociabilidades escolhidos para esta pesquisa fazem parte de um "circuito GLS" de Belém, tendo em vista a existência de bares, boates, saunas e cinema concentrados nos bairros centrais da cidade (exemplo do Reduto e Nazaré, mas que acabam por se estender em direção aos bairros mais afastados do centro como São Brás, Guamá, Cremação e Marambaia).Esses espaços são destinados à frequência do público LGBT e serviram como ponto de referência para a seleção de interlocutores/as da pesquisa, com a possibilidade de identificar os gostos e estilos de vida determinada parcela da população LGBT, assim como tentar compreender como eles/elas constroem seus trajetos a partir das possibilidades que se lhes apresentam. Em vista da breve exposição, buscou-se descrever o circuito de lazer GLS da cidade Belém, os trajetos, trajetórias e histórias de vida dos interlocutores/as da pesquisa, além de entender como as performances de gênero e orientações de sexualidade podem ser fundamentais no estabelecimento de formas de sociabilidades.