Nos veneran si nos ven brillar al fondo y en lo oscuro, pero nos aplastan si pretendemos asomarnos a la luz del día. No olvides, niña, la gran verdad del amorde café: las putas estamos siempre en guerra. -¿En guerra contra quién, madrina? -pretendía ignorar Sayonara.-Contra todos, niña. Contra todos. laura restrepo, La novia oscura.* Versão do texto apresentado no gt 36 "sexualidade, corpo e gênero", na 33ª reunião da Anpocs, Caxambu, Mg, outubro de 2009. Agradeço muito especialmente a meu amigo etnólogo guilherme heurich pelas provocações e a permanente consultoria. também à minha orientadora, Ceres Victora, pelas conversas e o chamado à cautela e à lealdade etnográfica, e a Adriana Vianna, Julio simões, Maria Filomena gergori e os demais participantes do gt, pelas inspirações, ideias, sugestões e perguntas. À Letícia, pelos nossos próprios processos de "caçaria" e sedução, e pela revisão do português.
Introduçãoterminam os anos de 1980. As quatro mulheres estão por volta dos 30 anos de idade e se afiançam profissionalmente como prostitutas de rua. A figura do cafetão/marido todo-poderoso, sedutor e violento ocupa um lugar especial na configuração dos seus universos, assim como a polícia brutal, corrupta e tão próxima. Lidam com uma guerra constante, dia após dia, com um ofício ainda extremo, ainda maldito, ainda sagrado, já maravilhoso... As "profissionais do sexo" começam a aparecer com timidez e correção política. Aliás,