IntroduçãoEu fazia trabalho de campo quando um casal de jovens que se via às voltas com os preparativos de seu casamento compartilhou comigo um relato ao qual se referiam jocosamente como "a novela dos doces". Tudo começou, segundo eles, cerca de seis meses antes da data do casamento. Àquela altura já tinham sido tomadas decisões que eles classificavam como "as mais importantes" do casamento: a complexa tarefa de elaborar a lista de convidados tinha sido concluída com êxito, um profissional já havia sido contratado para cuidar dos registros fotográficos do evento e os noivos já tinham providenciado um juiz de paz que conduziria a cerimônia. Uma costureira se ocupava do vestido da noiva e uma decoradora trabalhava no projeto de ornamentação da mansão em estilo neoclássico escolhida para abrigar os festejos. Também já havia sido contratada uma empresa de buffet que cuidaria do almoço servido na ocasião.Considerando encerrada "a parte mais difícil" dos preparativos, nosso casal de noivos passou então a cuidar do que eles chamavam de "detalhes" do casamento. Dentre outras coisas, era preciso providenciar um buquê de flores para a noiva, escolher os convites e encomendar docinhos. Eles se declaravam confiantes de que não encontrariam dificuldades nesta etapa, primeiro, porque existiam inúmeros profissionais disponíveis no mercado dentre os quais poderiam escolher e, segundo, porque eles se julgavam pessoas dotadas de imenso espírito prático, capazes de tomar decisões de maneira objetiva e descomplicada.A tarefa de pedir orçamentos de doces, no entanto, se revelou mais complexa do que eles poderiam supor. De partida, eles se viam perdidos em relação às quantidades de doces que deveriam ser encomendados. Além