Based on anthropological and ethnographical fieldwork research with companhia brasileira de teatro this article points to some limits of a universalist and orthodox anthropology of performance. It sustains, alternatively, one anthropology of contemporary theatre, dealing with concepts such as drama, performance and dramaturgy as research realms, able to express desires, expectancies, and meanings disputes enrolled in the artistic process. This study reveals how performative theatre, metadiscursive and de-dramatizing strategies lead to polysemic and reflexive scenes that provide critical discourses, viewpoints shifts and encourage sensibility for alterity.
RESUMO. O presente artigo realiza uma avaliação sintética das implicações dos acontecimentos de 1968, principalmente no que se refere ao movimento da contracultura e ao processo de formação de novas identidades. Procura apresentar como fatores históricos, políticos e culturais acabaram por suscitar, no contexto, uma recusa dos projetos em voga, uma descrença nas instituições, ampla oposição à indústria cultural e à sociedade do espetáculo, favorecendo a perspectiva de uma revolução comportamental e a politização da subjetividade.Palavras-chave: contracultura, identidade, sociologia da cultura.ABSTRACT. Impressions of 1968: counterculture and identities. This article presents a short appraisal of the implications of events related to 1968, particularly regarding the counterculture movement and the process of emergence of new identities. It addresses ways in which historical, political and cultural factors ultimately triggered a refusal of projects of that time, a disbelief in institutions, great opposition to the cultural industry and the society of spectacle, fostering the perspective of a behavioral revolution and rendering subjectivity political.
Os artigos e as entrevistas reunidas neste volume contribuem, de forma mais ou menos direta, para responder a essa demanda e estão aqui organizados em três diferentes seções, que chamamos de Atos não apenas porque estamos no campo do teatro ou por ser essa a estrutura dos dois volumes anteriores, mas especialmente porque a sociedade contemporânea tem exigido de nós, sujeitos sociais, uma atuação (Ato-Ação) cada vez mais efetiva diante de realidades sociais tão acachapantes, que envolvem uma pandemia (covid-19) – em vias de superação, esperamos! – e, nas últimas semanas em que preparamos esta apresentação (março a maio de 2022), uma guerra que coloca o mundo em alerta para os riscos de um terceiro conflito mundial, o que evidencia, como é inerente às guerras, o quanto os interesses do capital e do expansionismo político, econômico e territorial se impõem sobre os direitos humanos. Nesse contexto, falar do direito à arte, defender a expressão de grupos que têm sido minorizados e batalhar por educação de qualidade que implique a participação ativa do estudante em seu processo de formação – para o que o teatro, sem dúvidas, traz contribuições significativas – torna-se ainda mais urgente. As autoras e autores reunidos no presente volume, bem como o conjunto de pesquisadores do GT Dramaturgia e Teatro apontam, portanto, para um compromisso ético que segue em compasso com a experiência estética.
Em 2018, acompanhei parte do processo criativo do espetáculo teatral Nós Outros , concebido pela Fala Companhia de Teatro, de Curitiba, criado a partir da vivência dos atores e do dramaturgo e diretor Don Correa com indígenas das etnias Guarani e Kaingang, na Aldeia Tupã Nhe´e Kretã, em Morretes, Paraná. Este artigo busca cotejar memórias do processo criativo do diretor do espetáculo com algumas reflexões a partir da minha atuação como antropólogo convidado no processo de criação do espetáculo. Procurei interpretar os dispositivos cênicos e dramatúrgicos propostos por Don Correa inspirado pelo perspectivismo ameríndio (Viveiros de Castro, 1996) e pela “arte antropológica” (Ingold, 2020). O texto revela cruzamentos de fronteiras do dramaturgo como etnógrafo e do antropólogo como espectador, crítico e participante do processo criativo e permite sublinhar instâncias comuns entre a escrita dramatúrgica e a escrita antropológica, apresentando-as como formas criativas e autorais de relações com a alteridade.
Agier procura explodir a noção ocidentalizada de "cidade": "o que nos ensina a freqüentação de espaços urbanos ou não urbanos, africanos ou latino-americanos, mas africanos, sobretudo, é que não há realmente um modelo de cidade (...)" (:185).No momento mesmo em que a cidade aparenta se "desfazer" no urbano desterritorializado e planetário, nos efeitos paradoxais dos fluxos e da globalização, Agier traz a lume suas pesquisas em bairros pobres, invasões, cortiços, acampamentos de refugiados e outros espaços precários como experiências da alteridade que permitem pensar sobre gêneses e processos urbanos. Conforme o autor, esses contextos frágeis em que trabalhou, sobretudo na África e na América do Sul, revelam "o epicentro do mundo urbanizado contemporâneo" (:19) e implicam investigar o banido, o sem-lugar o entre-lugar, os afastamentos políticos e territoriais responsáveis pelas dominações e exclusões econômicas, culturais, raciais da atualidade. Seria a antropologia das margens fazendo pensar a antropologia da cidade, ou trata-se de mais um capítulo da famosa problemática da antropologia "da" ou "na" cidade como destacada por José Guilherme Magnani?Agier parte do argumento lógico de que não é possível adotar um ponto de vista empírico sobre totalidades inacessíveis como o "urbano global", a "metrópole", a "urbanização desterritorializada", e dá atenção aos problemas de adotar uma definição normativa e estreita, seja pelo risco etnocêntrico de reproduzir modelos europeus e
O artigo apresenta uma pesquisa etnográfica da companhia brasileira de teatro e dos espetáculos PROJETO bRASIL e PRETO. Estas montagens são vistas como uma clivagem na trajetória do grupo tanto do ponto de vista da forma quanto do conteúdo, e constituem perspectivas privilegiadas para reflexões antropológicas sobre o país, a companhia e sobre os usos sociais das noções de performance e performatividade.
O presente artigo procura apresentar a experiência vivida em um grupo de teatro universitário, tratando-o tanto como fronteira (TASSINARI, 2012) quanto como comunidade de práticas (LAVE, 1996). O texto articula categorias provenientes de etnografias de processos de aprendizado artístico realizadas por Hikiji (2006), Ribeiro (2008) e Araújo (2009), com entrevistas dialogadas, análise de documentos e das respostas de um questionário aplicado a integrantes e ex-integrantes do grupo Tanahora. Os resultados destacam a dimensão da corporalidade, do processo de subjetivação e da socialização, como elementos centrais para a construção de comunidades de práticas.
Esse artigo é um desdobramento de minha pesquisa de doutorado (KRUGER, 2017), multissituada, de caráter etnográfico, ocorrida entre 2014 e 2017, junto à companhia brasileira de teatro durante o processo de criação do espetáculo PROJETO bRASIL. O objetivo da recente contribuição é apresentar uma síntese do processo de consagração da equipe em articulação com as noções de dramaturgia contemporânea, performance art, teatro pós-dramático, encontro e evocação. Propomos que o referido espetáculo resultou em crise de representação nacional e em ponto de inflexão da trajetória do grupo em direção a articulações dissonantes e impactantes entre texto, discursos e imagens. Palavras-chave: companhia brasileira de teatro; projeto brasil; dramaturgia contemporânea; antropologia do teatro; performance art; Abstract: This article is an aftermath of my doctoral thesis (KRUGER, 2017), based in a multi-sited ethnographic approach of contemporary theater, undertaken between 2014 and 2017 with companhia brasileira de teatro, during the creative process of PROJETO bRASIL. This work aims to present a synthesis of group’s trajectory in relation with concepts such as contemporary dramaturgy, performance art, post-dramatic theater, meeting and evocation. I propose to depict this play as a turning point from the group’s previous praxis triggered by challenges of the representation of nationality, in direction of a more dissonant articulation of text, discourse and images. Key-words: companhia brasileira de teatro; projeto brasil; contemporary dramaturgy; anthropology of theatre; performance art
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