As espécies exóticas somos nós: reflexão a propósito do ecoturismo na Ilha Grande

Abstract

Este trabalho analisa as implicações da introdução do turismo na Ilha Grande (Angra dos Reis, RJ), em especial para a população da Vila do Abraão, que foi abruptamente transformada num local de grande procura por parte de turistas e veranistas. Outros casos já estudados indicam um modelo das conseqüências da introdução do turismo em contextos nos quais ele antes não existia, o que é ilustrado com o caso do Abraão. Particularmente a questão da polaridade entre "nativos" e "não-nativos" aflora ali em razão da intensificação do turismo, correspondendo a uma barreira na aceitação de uma ideologia ambientalista e de propostas generalizantes para o que seria "um desenvolvimento turístico ideal".<br>This article analyzes the consequences of the arrival of tourism in Ilha Grande (Angra dos Reis, Rio de Janeiro), especially for the community of Vila do Abraão, that has been suddenly transformed into a spot for a mass of tourists. Different cases that have been equally studied suggest a model for the arrival and growth of touristic activities in places where these did not exist before, illustrated here with the case of Vila do Abraão. Here, the antagonism between "natives" and "nonnatives" becomes a central issue with the growth of tourism, hindering the incorporation of an environmental ideology and also the acceptance of general proposals for "an ideal touristic development"

Characterization of small-scale fisheries in the Camamu-Almada basin, southeast state of Bahia, Brazil

“…Prado (2003) identified such a change in economical activity, from small-scale fishery to tourism, on Ilha Grande, Rio de Janeiro state, and indicated problems such as the restrictions to resources usually used for fishery, displacement of local inhabitants, and the appearance of other boats and residences.…”

DO TURISMO DAS ÁGUAS MINERAIS AO TURISMO EM ÁREAS RURAIS: a microrregião de São Lourenço (MG).

“…Mesmo associado como potencial para o desenvolvimento local e/ou regional, o turismo necessita de um planejamento adequado para o seu crescimento, do contrário a consolidação desta prática econômica resulta mais em prejuízos do que em benefícios aos centros receptores (KRIPPENDORF, 1989;YÁZIGI, 2003;ALVES, 2005;ANDRADE, 2005). Constituem exemplos destes danos a deterioração da paisagem, a desorganização e/ou ruptura das relações sociais e culturais dos anfitriões, a especulação imobiliária, o acúmulo de resíduos sólidos, o desmatamento, as construções em áreas inaptas, o encarecimento do custo de vida, dentre variados outros que assolam os mais diversos centros receptores de turistas no Brasil (LUCHIARI, 1997;DIEGUES, 2001;PRADO, 2003;MARAFON, 2006;ALMEIDA, 2007).…”

“…O autor afirma que sendo a paisagem constituída por aspectos culturais e naturais, ela apresenta em seu conjunto todas as evidências de seu uso, seja através de obras monumentais e/ou através da simplicidade estética e material. Com o processo de expansão do turismo que ocorre nos mais diversos pontos do planeta, frequentemente as paisagens são apropriadas como mercadorias pela atividade turística, o que necessariamente leva a conflitos entre os moradores do lugar e os empreendedores e os novos habitantes que escolhem o centro receptor como local de morada devido a sua agradabilidade estética, sua sensação de tranquilidade, sua qualidade ambiental, dentre outros fatores (LUCHIARI, 1997;PRADO, 2003;QUINTEIRO, 2008).…”

“…O autor afirma que sendo a paisagem constituída por aspectos culturais e naturais, ela apresenta em seu conjunto todas as evidências de seu uso, seja através de obras monumentais e/ou através da simplicidade estética e material. Com o processo de expansão do turismo que ocorre nos mais diversos pontos do planeta, frequentemente as paisagens são apropriadas como mercadorias pela atividade turística, o que necessariamente leva a conflitos entre os moradores do lugar e os empreendedores e os novos habitantes que escolhem o centro receptor como local de morada devido a sua agradabilidade estética, sua sensação de tranquilidade, sua qualidade ambiental, dentre outros fatores (LUCHIARI, 1997;PRADO, 2003;QUINTEIRO, 2008).Tendo em vista as diversidades naturais, culturais, econômicas e populacionais existentes no interior de uma dada espacialidade, Campanhola & Silva (2000) afirmam que o desenvolvimento local/regional requer um planejamento espacial. Para tanto, é fundamental conhecer as diversas inter-relações existentes entre a sociedade e o território, assim como as dinâmicas internas e externas que nele atuam, para, desta maneira, oferecer subsídios para se definir as estratégias que viabilizem o desenvolvimento socioeconômico regional, em consonância com as especificidades e potencialidades existentes no território.As dinâmicas decorrentes da expansão do turismo se pronunciam de maneiras distintas, variando de acordo com as condições culturais, econômicas, demográficas, políticas e ambientais de uma dada espacialidade.…”

Jovem, mostre a sua cara: um estudo das possibilidades e limites da escolha profissional

“…Sobre o ecoturismo na Ilha Grande, Prado (2003) analisa as implicações da introdução do turismo na ilha, abruptamente transformada num local de grande procura por parte de turistas e veranistas. Indica as conseqüências dessa mudança em contextos nos quais ele antes não existia e a questão da polaridade entre "nativos" e "não-nativos", aflorada ali em razão da intensificação do turismo e que corresponderia a uma barreira na aceitação de uma ideologia ambientalista.…”