“…Refiro-me a debates sobre a noção de cultura frequentados por posições que demandam sua defesa (Sahlins, 1997), sua revisão (Overing, 2000;Trouillot, 2003) ou seu descarte (Abu-Lughod, 1991). Quanto mais nos aproximamos do final do século passado, mais fica evidente como nesses debates havia uma preocupação em reagir ao que se denomina objetificação da cultura, a saber, a constatação de que a categoria cultura volta a ter lugar destacado em vernáculos sociais, vinculada a demandas por direitos ou envolvida em amplos conflitos de interpretação (Wright, 1999;Cowan e Dembour, 2001;Comaroff e Comaroff, 2009;Kuper, 2002a;Velho, 1997). O livro de Wagner não foi escrito com esse pano de fundo, mas o modo como propõe sua noção de cultura permite contemplar situações que são o foco de debates sociológicos atuais.…”