1997
DOI: 10.1590/s0104-71831997000200009
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Mito e ritual entre os índios Kaingang do Brasil meridional

Abstract: Resumo: A partir da relação dialógica entre o Kaingang Kõikãng (o “velho chefe”) e o etnólogo Herbert Baldus (um “racionalista”) sobre a cosmologia kaingang, ocorrido em Palmas, estado do Paraná, em 1933, da sua experiência de campo e, em particular, dos mitos narrados pelo seu informante, o Kaingang Vicente Fókãe do Posto Indígena Xapecó, Santa Catarina, em 1994, Robert Crépeau (re)introduz a discussão sobre a interpretação dos mitos e dos ritos realizada pelos investigadores no decorrer do século XX.

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“…The latter operated as symmetrical and defining contrasts for ethnographic studies taken as "real" ethnology according to and legitimized by a hegemonic center. This division resulted in a long and deep gap of at least 50 years since Lévi-Strauss passed by the Tibagi basin, until ethnographic studies on the southern Gê emerged, which were conducted on similar terms as those among Amazonian indigenous societies (e.g., Adams 1998;Crépeau 1997;Da Silva 2002;Fernandes 2003;Rosa 2005;Tommasino 1995, Veiga 1994, Wiik 2004). 3…”
Section: The Kaingang Casementioning
confidence: 99%
“…The latter operated as symmetrical and defining contrasts for ethnographic studies taken as "real" ethnology according to and legitimized by a hegemonic center. This division resulted in a long and deep gap of at least 50 years since Lévi-Strauss passed by the Tibagi basin, until ethnographic studies on the southern Gê emerged, which were conducted on similar terms as those among Amazonian indigenous societies (e.g., Adams 1998;Crépeau 1997;Da Silva 2002;Fernandes 2003;Rosa 2005;Tommasino 1995, Veiga 1994, Wiik 2004). 3…”
Section: The Kaingang Casementioning
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“…Veja-se que, segundoCrépeau (1997Crépeau ( , 2002, os poderes e o conhecimento do kujá são recebidos através de animais-guia, instrutores para os momentos de caça e de cura, com os quais entra em contato na floresta, construindo uma forte ligação através de uma série de atividades específicas a cada animal. O guia mais comum encontrado entre os kujá é a jaguatirica e o gato-do-mato, também conhecidos como "tigre".…”
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“…Amoroso (2014) traz, a partir dos registros de frades capuchinhos, descrições de um enorme Kiki realizado no aldeamento de São Pedro de Alcântara para o famoso cacique Manoel Arepquembe, no final do século XIX. Nas obras deCrépeau (1997),Tommasino (1995Tommasino ( , 2000 eFernandes (1998Fernandes ( , 2003 encontram-se relatos da realização desta festa funerária em diversas aldeias kaingang no começo do século XX. A partir da metade deste século, o Kiki passou a ser realizado apenas na TI Xapecó (SC), onde havia sido feita pela última vez no ano 2000, voltando a ser realizada em março de 2018.…”
unclassified
“…Tampouco, encontram-se materiais variados acerca de estudos sobre noção de pessoa, concepção e construção de corpos Kaingang que tangem o cotidiano desses sujeitos (SILVA, 2005). Muito se conhece sobre os processos de nominação, organização política e social (VEIGA, 1994;FERNANDES, 2003), sobre o xamanismo, significações sobre morte e desconstrução do corpo (ROSA, 2005;CRÉPEAU, 1997CRÉPEAU, e 2006. O tema desse trabalho procura abarcar justamente algumas lacunas encontradas nas etnografias produzidas sobre os Kaingang, visando apreender, a partir do ponto de vista nativo, os sentidos e significados relacionados a gênero, práticas e conhecimentos no que tange às reflexões sobre a noção de pessoa e construção de corpos nessa sociedade.…”
unclassified
“…O questionamento norteador parte do entendimento de que as práticas sociais expressam-se tal qual o modelo de organização dual desse grupo explicando o modo de ser e estar no mundo, estando subjacentes, aspectos mito-cosmológicos que entre os grupos Jê de modo geral e, para os Kaingang, revela uma importante concepção de complementaridade e oposição (CRÉPEAU, 2006). Nesta perspectiva, cabe ainda ressaltar que a perspectiva holística indicada por Crépeau (1997), na qual o dualismo Kaingang concebe contrastes em função dos contextos variados e modificáveis no plano da organização social que revela que as oposições de ordem ideológicas são constructos simples como uno/múltiplo, centro/periferia, masculino/feminino. Tais oposições são expressas também nas práticas sociais quando seu significado é comunicado a partir de seu uso.…”
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