O astrolábio, o mar e o Império

Abstract

A partir de alguns textos escritos pelos cosmógrafos do Reino, entre os séculos XVI e XVIII, em Portugal, pretendemos evidenciar as bases técnicas e científicas que possibilitaram a expansão marítima europeia destacando as relações entre elas e a construção e o uso dos instrumentos matemáticos utilizados na navegação oceânica. Nosso objetivo, além de sublinhar os conteúdos científicos relacionados aos artefatos utilizados para as medições, é também verificar como a ciência e o conhecimento adquirem significado prático, estratégico e simbólico no contexto da expansão ultramarina de Portugal.

Uma proposta de UBP para o Ensino de Matemática: mobilizando conhecimentos geométricos durante o processo de leitura da construção do instrumento astrolábio náutico

“…A duração do curso foi de sete dias, durante o mês de julho de 2022, totalizando uma carga horária de 30 horas/aula presenciais, ministradas no Laboratório de Matemática e Ensino Professor Bernardo Rodrigues Torres da Universidade Estadual do Ceará (LAbMAtEn/UECE). Essa padronização inicial do astrolábio náutico era necessária, pois os instrumentos deveriam apresentar semelhanças em relação à sua construção e à graduação, uma vez que o mesmo tipo de instrumento, sem o adequado cuidado em manter-se o mesmo padrão de fabricação, poderia apresentar variações durante o processo de confecção, o que, por sua vez, poderia repercutir em cálculos diferentes durante as coleta de dados e interpretação destes que deveriam ser registrados nas cartas de marear, roteiros e tabelas (Gesteira, 2014;Amarante & Pereira, 2021).…”

Algumas potencialidades didáticas que emergem por meio da leitura da construção do astrolábio náutico na interface entre História e Ensino de Matemática

“…Segundo Gesteira (2014Gesteira ( , p. 1020, "em vez de ser planisférico, fabricado para observação noturna das estrelas, passou a ter a forma anelada, viabilizando a observação do Sol". Tais modificações realizadas pelos portugueses tornaram possível ao instrumento tomar a altura do astro sem a necessidade de olhá-lo diretamente.…”