O mar no museu: um olhar sobre a educação nos aquários

Abstract

A musealização do mar, hoje capitaneada por aquários e oceanários, envolveu a relação do homem com esses ambientes, assim como técnicas que permitiram sua exploração e a manutenção de organismos em cativeiro. Reconhecendo o papel de pesquisa e entretenimento que os aquários possuem, são analisados alguns aspectos sobre sua constituição ao longo do tempo, especialmente, a dimensão de educação e divulgação que esses locais assumiram mais fortemente nos dias atuais. Para tal, esmiuçamos o exemplo de uma instituição nacional – o Aquário de Ubatuba –, indicando como sua musealização possui intenções claras de ensinar e divulgar conteúdos ligados à zoologia, ecologia e conservação.

Is there room for science at aquariums? An analysis of family conversations and interactions during visits to AquaRio, Rio de Janeiro, Brazil

“…Negative feelings were observed when the visitor, faced with a great diversity of animals and looking for information on the panel, realized the great impact of ocean pollution (Example 22). The opportunity to interact and talk about animals and marine ecosystems connected the families to AquaRio and this interest could facilitate learning and raise awareness of environmental issues (Salgado & Marandino, 2014).…”

“…The educational dimension of aquariums gained prominence in the late twentieth century in response to pressure from the scientific community for aquariums to educate and provide guidance to civil society to support the conservation of marine biodiversity (Salgado & Marandino, 2014). To meet this goal, they have been organized around a clearly defined pedagogical discourse and taken on museum-like attributes, displaying objects, information, and live animals on their premises in a way that encourages social interaction of visitors and explainers to enable the sharing of information and knowledge about the ocean and its resources.…”

“…In this study, the interactions analyzed provide evidence that the animals and habitats represented in each tank attracted the attention of the families. According to Salgado and Marandino (2014), the lighting of the location, the tanks representing different themes and animals characteristic of specific ecosystems, and the information displayed on panels and signage connect the visitors to the aquarium, making them feel part of that environment and emotionally engaged with it. In this way, the exhibition design enabled the families in question to participate actively in the search for answers to their questions and curiosities, jointly building their own meanings for marine biodiversity.…”

A Biodiversidade Marinha nos Museus de Portugal continental:

“…Distinguindo-se dos aquários existentes em Portugal naquela época, este Oceanário tem tanques suficientemente grandes para albergar animais de grande porte (Kisling, 2001;Oceanário de Lisboa, 2011. Para além disso, a maior dimensão do seu espaço expositivo permite uma representação mais fiel e detalhada de ecossistemas marinhos oceânicos, à semelhança do que se passa noutros oceanários construídos noutras regiões do mundo (Brunner, 2003;Kisling, 2001;Salgado & Marandino, 2014). Devido à sua grande popularidade, tem um elevado número de visitantes tanto portugueses como estrangeiros, sendo por isso considerado um dos elementos fundamentais para comunicar sobre ciências marinhas em Portugal (Pinto & Costa, 2018).…”

Navegando pelos mares da controvérsia política: a Inspetoria da Pesca e os primeiros estudos sobre o plâncton no Brasil (1913-1915)

“…Até o momento, poucos estudos citam a existência da Ins-petoria da Pesca, sem, todavia, aprofundar qualquer análise sobre essa instituição (Pombal Jr., 2002;Gomes et al, 2012;Vital & Tejerina-Garro, 2018). Por outro lado, tem crescido nos últimos anos o número de trabalhos dedicados à história da oceanografia, com ênfase, por exemplo, em trajetórias científicas (Lopes & Podgorny, 2014), na importância da fotografia e das aquarelas na ciência oceanográfica (Shick, 2008;Jardim et al, 2014;Martínez, 2014), na produção e difusão dos aquários para pesquisas e ensino de biologia marinha (Carpine-Lancre, 1994;Kisling Jr., 2000;Brunner, 2005;Salgado & Marandino, 2014) e institucionalização da oceanografia (Varela, 2014;Longo & Amado Filho, 2014;García, 2014;Rollo et al, 2014).…”